Brasil quer ampliar atuação do BNDES na América Latina e África

O governo brasileiro está definindo uma série de ações para ampliar a presença das empresas brasileiras na América Latina, Caribe e África. O principal instrumento a ser utilizado nesta estratégia é a ampliação da atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como financiador de bens e serviços brasileiros para essas regiões.

BNDES

O plano brasileiro consiste em criar um sistema robusto de garantias de crédito à exportação por intermédio da recém-criada Agência Brasileira Gestora de Fundos e Garantias (ABGF), no âmbito do Ministério da Fazenda.

Com tradição comercial na América Latina, o Brasil ainda tenta decifrar a África para além de Angola, país com o qual construiu uma história de comércio bilateral.

Em 2012, o BNDES desembolsou US$ 1 bilhão para projetos envolvendo empresas brasileiras na América Latina e outros US$ 600 milhões para obras brasileiras em países africanos. Os números do desembolso do BNDES devem se repetir neste ano tanto nos países latinos quantos nos africanos, prevê uma fonte do governo.

Até agora a relação comercial do Brasil com os africanos, via apoios do BNDES, se restringe à Angola, Moçambique e Gana, mas há potencial para estender essa relação para outros países como Senegal, Namíbia e Zâmbia. A orientação do governo é reforçar a presença brasileira também no Caribe. Na América Central, o BNDES já tem projetos com bom grau de maturidade na Nicarágua, Costa Rica, Guatemala e El Salvador. O banco também tem operações com República Dominicana e Cuba, mas ainda há muito a ser feito nas ilhas caribenhas.

O trabalho de uma maior aproximação com América Latina e África começou ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas demorou a mostrar resultados e passou por mudanças no governo da presidenta Dilma Rousseff.

O BNDES retomou os financiamentos com o Equador depois de ficar cerca de quatro anos sem apoiar projetos de empresas brasileiras naquele país. O banco fechou contrato para financiar a hidrelétrica de Manduriacu, um projeto da Odebrecht.

O banco trabalha com a possibilidade de financiar outros projetos no Equador, como um sistema de irrigação. E existe pedido dos equatorianos para que o banco apoie a construção da linha de transmissão da usina de Manduriacu. Mas a intenção do banco é trabalhar o crescimento da carteira de projetos gradualmente.

Na América Latina, os principais mercados envolvendo a exportação de bens e serviços de empresas brasileiras, com apoio do BNDES, são a Argentina e a Venezuela.

Com informações do Valor Econômico