Lula pede que Dilma e Cristina Kirchner 'pensem grande' na América Latina
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva advogou nesta sexta-feira (17), em Buenos Aires, que Brasil e Argentina devem continuar como líderes do processo de integração regional. “Rezo todos os dias para que Cristina e Dilma pensem grande porque, se andam bem e funcionam bem, estarão consolidando a integração na mente de outros dirigentes da América do Sul”, disse, durante cerimônia no Senado na qual foi agraciado com oito títulos de doutor honoris causa de universidades argentinas.
Publicado 17/05/2013 17:54
O centro do discurso de Lula foi a integração latino-americana, em especial a necessidade de que as presidentas do Brasil, Dilma Rousseff, e da Argentina, Cristina Kirchner, trabalhem em conjunto. Na visão do líder, as mortes de Néstor Kirchner, em 2010, e de Hugo Chávez, em março, exigirão de “Cristina e de Dilma muito mais até que possamos construir instituições mais sólidas”. Ele disse que Brasil e Argentina devem estar cada vez mais unidos superando as barreiras que os separam e construindo as pontes que os unem para enfrentar os grandes desafios do futuro.
Lula voltou a defender o modelo econômico adotado por seu governo, afirmando que conseguiu quebrar “tabus e conceitos pré-estabelecidos”. “Por exemplo, no Brasil provamos que era totalmente possível crescer e distribuir e que não era necessário para crescer e depois distribuir. Que se pode aumentar os salários sem aumentar a inflação.” Para o petista, “as conquistas do Brasil não foram de maneira isolada”, mas acompanhadas por “grandes avanços na democracia na América Latina”.
No Salão Azul, o brasileiro foi agraciado com a menção de honra senador Domingo Faustino Sarmiento, uma maneira de o Congresso argentino reconhecer “a grande contribuição” do ex-presidente ao “desenvolvimento do pensamento social e político dirigido à erradicação da pobreza e à inclusão social das populações que se encontram em condições de desigualdade”.
Lula agradeceu afirmando que homenagens deste tipo “são uma forma de incentivar a milhares de jovens para que nunca deixem de estudar e para que participem de sindicatos, de partidos políticos para construir uma sociedade mais justa, democrática e igualitária”.
Ao discursar, o vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, afirmou que Lula é um dos governantes que “mais fez para terminar com o colonialismo no continente”. Ele recordou que durante a última década os governos da região conseguiram enterrar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), projeto dos Estados Unidos criticado por Chávez e Néstor Kirchner.
Fonte: Rede Brasil Atual