Vanessa quer impedir registro de domínio exclusivo da ‘Amazon’
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) pediu o apoio do Senado para impedir que uma empresa dos Estados Unidos se aproprie com exclusividade do domínio "Amazon". Segundo a parlamentar, o pedido da multinacional de comércio eletrônico à Corporação para Atribuição de Nomes e Números na Internet (ICANN), acarretaria o cerceamento definitivo de domínios que façam qualquer alusão à Amazônia e costumes dos povos daquela região.
Publicado 15/05/2013 12:08
“A região amazônica não é particular. Uma empresa privada norte-americana está tentando privar a nós os brasileiros, os peruanos, os bolivianos, privar todos os oito países que compõem a Amazônia Global do direito de registrar na internet qualquer domínio que faça referência à nossa região”, protestou Vanessa em pronunciamento no Senado, nesta terça-feira (14).
Em novembro de 2012, os países representantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Equador, Guianas e Suriname, protocolaram formalmente um pedido ao responsável pela coordenação global
do sistema de identificadores exclusivos da Internet para que retire da sua lista a solicitação da empresa estadunidense. A senadora enfatizou que no caso do pedido da multinacional ser aceito, o domínio "Amazon" passaria a ser usado somente pela empresa norte-americana e suas subsidiárias, para atender aos objetivos estratégicos da corporação.
“O domínio 'Amazon' deveria ser usado para fazer referência ao Amazonas, maior rio em sua extensão no mundo, ou à Floresta Amazônica, ou simplesmente promover políticas de proteção ambiental, além de outros interesses sustentáveis da região”, explicou Vanessa Grazziotin.
A senadora apresentou requerimento à Comisssão de Relações Exteriores, solicitando uma audiência no Senado com todos os embaixadores da OTCA, com o embaixador Benedito Fonseca Filho, do Departamento de Ciência e Tecnologia do Itamaraty, e com um representante do Comitê Gestor da internet do Brasil para discutir o assunto.
“Não podemos assistir a isso de braços cruzados. Desde já solicito o apoio do Senado para que o Brasil se engaje com muita força nessa luta e não permitamos que uma empresa privada se aproprie com exclusividade da terminologia que é pública, que representa as tradições dos povos de uma região, de um bioma”, concluiu.
Da Redação em Brasília
Com Agência Senado