Governo da Colômbia e Farc retomam diálogos de paz

O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) retomam nesta quarta-feira (15), na capital de Cuba, Havana, mais uma rodada de conversações de paz, com o tema agrário em discussão e com as perspectivas para avançar a agenda, que tem mais cinco pontos fundamentais.

Iván Márquez - Farc - Ismael Francisco/Cubadebate

Depois de um recesso de 11 dias nos diálogos, que começou em 19 de novembro, as partes retomam as conversações no novo ciclo de um processo que tem Cuba e Noruega como facilitadores, e Venezuela e Chile como observadores.

As delegações de paz do governo e da guerrilha, encabeçadas pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle e o comandante das Farc Iván Márquez, respectivamente, encerraram em 3 de maio uma rodada que deixou um rascunho sobre a questão agrária, central na mesa de diálogos desde a sua instalação.

Para os interlocutores, este rascunho representa um importante avanço, ao incluir temas como o desenvolvimento com enfoque territorial, a infraestrutura e a adequação das terras, o estímulo à produção agropecuária e as garantias sociais (saúde, educação, habitação e erradicação da pobreza).

Participantes nas conversações e especialistas asseguram que depois de várias tentativas fracassadas para finalizar o conflito armado colombiano, pela primeira vez o Executivo deste país sul-americano e as Farc-EP dão um passo de tal magnitude, ainda que o objetivo final esteja longe de ser alcançado.

Durante o recesso, as partes utilizaram o tempo para realizar consultas internas e avaliar a marcha do processo, que além da questão agrária, tem na agenda a participação política, a atenção às vítimas, o narcotráfico e o fim dos combates armados.

Espera-se que uma vez abordada exaustivamente o tema agrário, o governo e as Farc passem a debater sobre a participação política, assunto sobre o qual foi realizado, no final de abril, o Foro de Bogotá, resultante em critérios e propostas de diferentes atores da sociedade colombiana.

Embora a mesa de diálogos (que tem em Cuba a sua sede permanente) tenha entrado em recesso, o processo seguiu ativo através das mesas regionais de paz na Colômbia, já no seu segundo ciclo, além de um encontro entre mulheres e as declarações de funcionários públicos e políticos.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho