Comitê organizador lança Fórum pela Paz na Colômbia

O “Fórum pela Paz na Colômbia – Justiça Social, Democracia e Soberania”, que será realizado em Porto Alegre nos dia 24 a 26 de maio, teve seu lançamento oficial durante entrevista coletiva realizada no auditório da Afocefe Sindicato, entidade que representa os técnicos do Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul, localizada no centro da capital gaúcha.


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Com apoio do governo do estado, da Prefeitura – representada no ato pelo vice-prefeito Sebastião Melo – e pela Assembleia Legislativa – local onde será realizada toda a programação – o coordenador do Fórum e porta-voz da Marcha Patriótica no Brasil, Mauricio Avilez, justificou a realização do Fórum.

“A Colômbia vive um momento histórico único, pois existem condições enormes para a paz. As manifestações do atual governo demonstram uma real vontade para resolver o conflito que já dura mais de 50 anos. Atualmente está sendo realizado o processo de diálogo em Havana (Cuba), onde estão reunidos membros do governo das Farc desde 18 de outubro de 2012. Tanto o governo quanto as Farc manifestam desejo de superar as divergências para que a Colômbia possa finalmente viver em paz”, declarou Maurício durante o lançamento, que ocorreu na manhã de segunda-feira (14).

Mauricio revelou dados impressionantes sobre a situação atual que vive grande parte da população colombiana. “A Colômbia possui na atualidade mais de 5 milhões de refugiados internos. É o país com o maior número de refugiados do mundo. Quase todos são camponeses que foram obrigados a abandonar suas terras (a população total é de 46 milhões) e não têm como sair do país. Há registros de 67 mil pessoas desaparecidas (dados oficiais da Organização das Nações Unidas – ONU). Cerca de 64% de assassinatos de sindicalistas em todo o mundo ocorrem na Colômbia. E há mais de 9 mil presos políticos,entre sindicalistas, lideranças sociais, os defensores dos direitos humanos,os jornalistas independentes e líderes estudantis”.

Prova de que o momento é único para a tão sonha paz, que em 9 de abril ocorreu a “Marcha pela Paz”, que reuniu 1,5 milhão de pessoas nas ruas de Bogotá, como lembrou Mauricio.

Por esse momento único, as organizações que compõem o comitê organizador decidiram realizar o “Fórum pela Paz na Colômbia” em Porto Alegre. A capital gaúcha foi escolhida porque vem sediando eventos de impacto, como o Fórum Social Mundial, os fóruns sociais temáticos e, mais recentemente, o Fórum Social Mundial Palestina Livre.

Contribuição classista

A diretora da Secretaria de Formação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Eremi Melo, uma das entidades organizadoras, destacou a importância da presença dos governos estadual e municipal, além do Poder Legislativo no evento: “Apenas com os integrantes dos movimentos sociais, nós temos dificuldade de obter espaços, mas quando o governo participa, a imprensa é mais sensível às questões tão importantes como esta. É fundamental a divulgação deste Fórum. E nós temos a obrigação de contribuir para o processo de paz na Colômbia, sendo participativos e atuantes nos debates que serão realizados na Assembleia. A paz no mundo hoje se tornou uma grande bandeira para os trabalhadores e trabalhadoras, pois a juventude, as mulheres e as crianças são as que mais sofrem com as guerras”, assinalou Eremi Melo.

O vice-prefeito Sebastião Melo garantiu o apoio do governo municipal à iniciativa. “Nossa cidade é muito acolhedora e solidária na luta pela igualdade, respeitando as diferenças. Há várias crises instaladas no mundo e a Colômbia está dentro deste contexto. Fico feliz de saber que Porto Alegre exerce protagonismo nesse processo de busca pela paz. É muito importante, não só a presença da América Latina, como as ‘Madres da Plaza de Mayo’, que virão, mas que todo o mundo esteja aqui. O prefeito Fortunati assegurou que tudo o que for necessário será feito para que o Fórum pela Paz na Colômbia tenha êxito. É muito acolhedor recebê-los”, afirmou Sebastião Melo.

O Comitê Organizador do Fórum pela Paz na Colômbia é composto por mais de 2 mil organizações sociais colombianas e por cerca de 70 entidades brasileiras. Estão sendo esperados cerca de 2 mil participantes, sendo mil de países da América Latina e mil de todo o Brasil. Os eixos centrais que vão nortear os debates no Fórum são Justiça Social, Democracia e Soberania. Serão debatidos temas como a participação de jovens, mulheres e trabalhadores nos processos de paz, além de serem discutidos assuntos como a questão da terra, direitos humanos e militarização.

Fonte: CTB-RS