Câmara vai debater contratação de médicos estrangeiros
A contratação de médicos estrangeiros no Brasil produziu polêmica no Plenário da Câmara na noite desta segunda-feira (13). Para esclarecer as dúvidas sobre o assunto proposto pelo governo federal com o apoio do Ministério da Saúde, a Comissão de Relações Exteriores, em conjunto com a Comissão de Seguridade Social e Família, realiza nesta quarta-feira (15), audiência pública.
Publicado 14/05/2013 15:29
Além de representantes dos ministérios da Saúde e das Relações Exteriores, foram convidados a presidente do Conselho Nacional de Saúde, Maria do Socorro Souza; o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto Luiz D`Avila; e o presidente da Associação Médica Brasileira.
O governo estuda medidas para contratação de médicos de outros países para diminuir o déficit de profissionais da área no Brasil, principalmente em regiões mais carentes. O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e elogiado pelo deputado Fernando Ferro (PT-PE).
Segundo o parlamentar Pernambuco, a medida vai solucionar problemas registrados principalmente no Nordeste e no interior do país. “Nesse final de semana, ouvi o depoimento de um cidadão de Garanhuns, cidade de 130 mil habitantes, que está sem médico para atender”, contou Ferro.
O parlamentar disse que reconhece a importância dos argumentos do Conselho Federal de Medicina (CFM), que se posiciona contrário à medida, mas destacou que “nós não podemos ter concentração de médicos nos grandes centros e na costa do País, com o interior do País sem assistência médica”.
Sem corporativismo
Segundo Ferro, essa medida pode ser adotada em conjunto com a luta por salários adequados, programa social para colocar jovens que têm seu curso de Medicina financiado para prestar serviços em cidades do interior e em locais remotos etc, destacando que a falta de médicos é uma questão urgente e grave. “Nós estamos sem médicos para atender à população. O argumento corporativo não se justifica”, explicou.
“Essa polêmica não pode se restringir ao campo coorporativo, mas sim ao interesse da população. Espero que haja maturidade para que esse debate leve a uma política de assistência à saúde e que haja no País uma crescente presença de médicos em regiões remotas, onde, na realidade, não há médicos hoje”, finalizou.
Após a fala de Ferro na tribuna da Câmara, o deputado Arolde de Oliveira (PSD-RJ) fez um discurso contrário à medida. O argumento dele é de que “os médicos em Cuba são antes de tudo agentes do Governo para doutrinação ideológica”. Segundo o parlamentar, “trata-se de uma estratégia para acelerar o avanço do socialismo materialista em nosso País”.
Da Redação em Brasília