Ananias critica projeto que disciplina venda de armas de fogo
“Não resta outra atitude para quem tem compromisso com uma cultura de paz, sem violência, senão lutar contra o uso, comercialização, fabricação de armas, para que não venham parar nas mãos dos bandidos”. Foi o que afirmou o deputado João Ananias (PCdoB-CE)na Tribuna da Câmara, referindo-se ao projeto de lei que propõe disciplinar a aquisição, a posse e a circulação de armas de fogo e munições em território brasileiro.
Publicado 13/05/2013 14:59
Ananias criticou o trabalho nos bastidores do Congresso Nacional da chamada “bancada da bala", que busca alterar o Estatuto do Desarmamento, para legalizar a venda de armas. E disse que o projeto, que se encontra na Comissão de Relações Exteriores, contrapõe-se a lei aprovada em dezembro de 2003 conhecida como o Estatuto do Desarmamento.
“A gravíssima situação da violência no Brasil já é mais que suficiente para rejeitarmos o uso de armas de fogo. As estatísticas estão aí para mostrar com sobras que elas não protegem”, observou.
Ele destacou ainda a Campanha Nacional do Desarmamento lançada pelo Ministério da Justiça com slogan "Proteja sua família. Desarme-se", que busca sensibilizar a sociedade brasileira a entregar as armas. “Na contramão de tudo que o bom senso recomenda, vem o Projeto de Lei, com o sórdido argumento de que ‘não se pode desarmar o cidadão e deixar o bandido armado’ e ‘que a arma de fogo protege o cidadão contra o bandido’. E acrescenta: “Não passa de artimanha da indústria das armas para continuar a ter lucro”.
O parlamentar disse ainda que “estudos mostram que o Brasil é o segundo maior produtor de armas leves do Ocidente, perdendo apenas para Os Estados Unidos”, destacando que “lá (Nos Estados Unidos) eles estão pagando também um alto preço pela permissividade no uso de armas de fogo pela população. O último caso que foi amplamente divulgado o do garoto de 5 anos que matou a irmã de 2, com o "Meu Primeiro Rifle", feito pela indústria de armas especificamente para crianças e que lhe foi presenteado pelo pai.
E alertou o Congresso Nacional: “só nos resta legislarmos de acordo com os interesses do povo brasileiro, colocando todas as barreiras necessárias para impedir a expansão do uso de arma de fogo no Brasil”.
Da Redação em Brasília