Obama pode usar poder executivo para fechar Guantânamo
Especialistas e ativistas de direitos humanos exigiram nesta sexta-feira (10) ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o fechamento da prisão de Guantânamo, onde cerca de cem presos mantêm uma greve de fome que já dura 93 dias.
Publicado 11/05/2013 13:24
Segundo o coronel da reserva estadunidense Lawrence Wilkerson, ex-chefe de equipe do ex-secretario do Estado Colin Powell, o mandatário pode ordenar o fechamento da instalação "amanhã de manhã, se quiser".
Afirmações como esta se escutaram nesta sexta-feira no Congresso estadunidense durante uma reunião informativa para analisar a crise naquele penal, localizado na base naval que Washington ocupa no sudeste de Cuba.
Enquanto isso, ativistas de grupos humanitários como Code Pink e Witness Against Torture organizaram manifestações em frente à Casa Branca.
O protesto dos presos fez aparecer nas últimas semanas novos pedidos para que o Governo feche o recinto, cumprindo assim com uma promessa eleitoral de Obama para seu primeiro mandato.
James Moram, representante democrata pelo estado de Virginia e patrocinador da reunião legislativa, instou o Presidente a abordar a situação da prisão, que qualificou de crise humanitária.
Afirmou que a maioria dos detentos nunca cometeram um ato de violência ou terrorismo contra os Estados Unidos e que talvez uns cinco porcento estejam vinculado à Al-Qaeda ou redes afins.
Também o general retirado David Irvine, ex-oficial de inteligência do Exército estadunidense, destacou a contradição legal que enfrentam estas pessoas ao permanecerem presas sem que seja apresentada acusação ou sejam levadas a julgamento, algo que está totalmente contra as leis.
Esta semana, quase 190 mil ativistas e personalidades assinaram uma petição a Obama para que cumpra sua promessa de fechar a prisão.
O coronel Morris Davis, ex-fiscal desse centro militar, publicou um texto há 10 dias na Internet em resposta à radicalização da greve de fome realizada contra o confinamento por tempo indefinido, revistas aos pertences dos presos e por serem confiscadas cópias do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos.
Fonte: Prensa Latina