Correa repele interferência dos EUA na política equatoriana
O presidente do Equador Rafael Correa reiterou a advertência feita ao embaixador dos Estados Unidos, Adam Namm, de ater-se ao seu papel diplomático ao invés de participar em atividades políticas contra o governo. Em conversa com a imprensa na cidade de Guayaquil nesta terça-feira (7), o presidente equatoriano descartou pelo momento a expulsão do embaixador norte-americano, mas recomendou “mais consideração com o país que o acolhe”.
Publicado 08/05/2013 09:03
Correa qualificou de “ato grosseiro” a participação do embaixador estadunidense em um evento organizado por um grupo de jornalistas adversário ao seu governo, ao que censuraram pela suposta falta de liberdade de expressão no Equador.
“Porque não vão os outros embaixadores a estes eventos?”, perguntou. “Poucas vezes se viu tanto visto tanto ‘entreguismo’, ao chamar o embaixador dos Estados Unidos, que vai realmente para criar incomodidade”, comentou.
Ao citar palavras de Namm sobre Washington estar “muito preocupado”, o presidente respondeu: “que vá se preocupar na sua casa”.
“Se vai seguir preocupado”, continuou, “enviamos [o embaixador] para Washington, para preocupar-se por lá, e esperamos que venha alguém despreocupado, que cumpra com as suas funções diplomáticas”.
Correa criticou o “deslize” do embaixador, que “dá muita opinião”, que “crê que vem nos colocar condições, e quem disse que este é o seu papel?”, perguntou.
O presidente afirmou que o fato não tem maior relevância, mas não pode continuar nesta direção. “Não se enganem, estamos enfrentando poderes imensos”, disse Correa.
“Temos que enfrentar a cada momento denúncias da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), financiada por Washington, enquanto os Estados Unidos não ratificaram o Pacto de San José”, que estabeleceu a corte, declarou o chefe de Estado equatoriano. Além disso, o país também é frequentemente denunciado na Secretaria para a Liberdade de Expressão, “financiada por Washington”, enquanto os EUA não a reconhecem, “e em função de informes nunca verificados do Fundamedios”, também financiado por Washington.
“Até quando vamos aguentar essas coisas?”, insistiu Correa. “Atenção que o [presidente] Evo Morales, na Bolívia, expulsou à USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional], advertiu.
“A USAID da o dinheiro à Fundação FARO e esta financia a Fundamedios”, explicou, dizendo também que não vai tolerar o fato de que, “por meio de supostas cooperações, venha dinheiro de um país estrangeiro para gerar oposição interna”.
“Há coisas mais profundas”, reiterou, “a tática da direita internacional estadunidense aqui, na Venezuela e na Bolívia é financiar fundações para que façam oposição aos governos e desestabilizem os governos progressistas”.
“Não vamos nos prestar a essas palhaçadas e a esse neocolonialismo”, enfatizou Correa.
Com Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho