Turquia e Israel negociam sobre ataque a navio humanitário
A Turquia e Israel continuam em negociações diplomáticas para retomada de relações bilaterais, suspensas após um ataque israelense contra o navio de ajuda humanitária (Mavi Marmara) enviado pela Fundação turca IHH à Faixa de Gaza, em 2010; nove cidadãos turcos foram mortos. Os dois países discutem um acordo para que a Turquia retire as acusações contra os crimes cometidos pelo regime israelense, e o último ciclo de diálogos foi finalizado nesta segunda-feira (6), em Jerusalém.
Publicado 07/05/2013 08:53
A Fundação turca de Ajuda Humanitária (IHH), que desempenhou um importante papel na organização do transporte realizado pelo navio turco Mavi Marmara, tentou enviar suprimentos à Faixa de Gaza em 2010, mas o navio foi interceptado pela guarda costeira israelense.
No desenvolver das tensões entre soldados israelenses que invadiram o navio e os tripulantes, nove cidadãos turcos foram mortos.
A Fundação disse acreditar que as negociações com Israel serão prejudiciais à Turquia, em declarações feitas após a celebração da segunda reunião entre delegações turcas e autoridades do regime israelense.
Após a visita do presidente dos Estados Unidos Barack Obama a Israel, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu telefonou às autoridades turcas para fazer um pedido de desculpas formal pelo incidente, o que foi aceito.
A Fundação critica a contrapartida israelense nas negociações atuais, com o pagamento de uma indenização às famílias das nove vítimas turcas do ataque israelense ao navio de ajuda humanitária.
Ao sublinhar que a firme vontade diplomática de Ankara (sede do governo turco) se vê debilitada depois de aceitar o pedido de desculpas israelense, a fundação agregou que a Turquia, sem aprender a partir de similares processos judiciais internacionais, iniciou seus diálogos diretos com os israelenses para determinar a quantidade de indenização.
O barco turco Mavi Marmara, integrante da Flotilha de Liberdade que canalizava 10 mil toneladas de ajuda humanitária com destino à assediada Faixa de Gaza, foi atacado em maio de 2010 pelas forças de Israel.
A segunda rodada de negociações entre ambas partes foi terminada nesta segunda em Jerusalém Leste (Al-Quds). Os próximos diálogos se celebrarão nos próximos dias para lograr um acordo final.
Por outro lado, em 2012 o promotor turco Abdurrahman Yalcinkaya anunciou que divulgaria um processo de 144 páginas contra os antigos chefes da inteligência militar israelense, da marinha e da força aérea, com acusações que envolvem ordens para matar, ferir e sequestrar.
Os líderes militares também seriam acusados de encorajar a tortura e o saqueamento de bens pessoais. Yalcinkaya pedia a sentença de 10 prisões perpétuas para cada oficial israelense.
Com agências,
da redação do Vermelho