Trabalhadores do Banco do Brasil paralisam por 24 horas
Trabalhadores do Banco do Brasil fazem uma paralisação de 24 horas em todo o país, nesta terça-feira (30), em protesto contra o novo plano de carreira adotado pela instituição. Os sindicatos exigem a abertura de negociações e denunciam que o plano foi implementado sem consultar aos trabalhadores.
Publicado 30/04/2013 09:56
As principais reivindicações são sobre a redução dos adicionais para os cargos em comissão e para as funções gratificadas. O novo plano reduz o adicional de função gratificada de seis horas e do adicional de função de confiança para os comissionados que trabalham oito horas.
“Vamos dar um basta aos abusos do BB. O que sobra para os funcionários é muito assédio e metas absurdas para cumprir”, explica o secretário-geral do Sindicato dos Bancários da Bahia, Olivan Faustino.
Todos os detalhes da paralisação de 24 horas foram acertados na segunda-feira (29), em assembleia, realizada no Ginásio de Esporte, na Ladeira dos Aflitos.
O porquê da mobilização
Segundo o sindicato baiano, a atual gestão do BB é marcada por políticas que desrespeitam o trabalhador, com metas quase sempre impossíveis de serem cumpridas, assédio moral e descomissionamento irregular são alguns dos problemas vivenciados diariamente nas agências.
No final de janeiro, a direção do banco tomou mais uma medida prejudicial aos funcionários e implantou de forma unilateral o plano de funções comissionadas, e, entre outros aspectos negativos, reduziu salários e alterou verbas remuneratórias. Um ataque direto ao bolso e aos direitos do trabalhador.
Diante do quadro de total insatisfação, os funcionários realizaram diversos protestos em todo o Brasil para pressionar o banco a rever a medida macabra. Desde fevereiro foram várias manifestações. Mas, nada adiantou. O banco continuou a ignorar as reivindicações e a negar negociações. Na prática, o novo plano de carreiras do Banco do Brasil definiu dois tipos de cargo: os comissionados, com jornada de oito horas, e os demais, com seis horas diárias. Os bancários alegam que funcionários que ocupam cargo em comissão foram obrigados a aceitar jornadas e salários menores e que os atuais cargos comissionados não serão mais preenchidos por funcionários com o mesmo salário.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), entidade filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT) critica a nova fórmula de cálculo do valor de referência (VR), usado para definir os reajustes salariais nas progressões profissionais. Segundo a entidade, o VR, que era considerado o piso salarial para cada cargo, foi transformado em teto. Dessa forma, adicionais de mérito e outras verbas não poderão ser incorporados ao salário dos trabalhadores comissionados porque o VR ultrapassaria o valor correspondente ao cargo.
De acordo com o Banco do Brasil, foi dada a opção para que os funcionários permanecessem nas funções de confiança ou optassem pela jornada de seis horas. A instituição cita ainda pesquisas internas que mostrariam que a maioria dos trabalhadores está satisfeita com o novo plano.
Com agências