Após repressão policial, portenhos pedem impeachment de prefeito

Milhares de portenhos saíram, nesta terça-feira (30), às ruas em repúdio ao prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, que reprimiu um protesto na última sexta-feira (26), quando médicos e pacientes se manifestavam pela não derrubada de um edifício, onde funcionava a oficina 19, que atendia internos do Hospital Neuropsiquiátrico Borda. O saldo da ação de Macri foi de 50 feridos e oito detidos.

Protesto Buenos Aires - Clarín

Como resposta, organizações sindicais, trabalhadores da saúde e membros da sociedade civil fizeram uma passeata que terminou na Praça de Maio, em frente à sede do governo local, para pedir o impeachment de Macri e a renúncia do ministro de segurança, Guillermo Montenegro.

“Para além das nuances, contra a repressão do governo de Macri todos os trabalhadores juntos dizemos ‘chega’ de repressão”, afirmou à Telám o secretário geral da Associação de Trabalhadores do Estado (ATE), José Luis Matassa.

Os trabalhadores do hospital foram vítimas de uma ofensiva da Polícia Metropolitana que inclusive empregou balas de borracha, gás de pimenta, matracas e escudos, com o saldo de 50 feridos e oito detentos.

O centro da polêmica está na ordem do governo para a demolição da oficina de Borda, utilizada para a reabilitação de doentes mentais. A oficina estava protegida por um decreto oficial, que foi ignorado pela prefeitura que pretende construir ali um centro cívico.

“Violaram a lei. Havia um amparo a nossos favor para que não fosse feita esta construção”, denunciou o sindicalista. “Não podem levar adiante o negócio imobiliário se não o acompanham com a força da infantaria que nos reprimiu”, enfatizou ao ressaltar que não permitirão a concretização deste projeto imobiliário.

“A maior demanda de toda a sociedade que está hoje se manifestando é nunca mais ter a polícia nos reprimindo”, afirmou o deputado nacional Horacio Pietragalla.

“Estas ações foram a gora d’água que transbordou o copo, não podemos seguir tolerando uma gestão que a única coisa que faz é perseguir trabalhadores e pobres com sua política neoliberal”, opinou Daniela.

Outro manifestante, Hernán, afirmou que “nos juntamos para repudiar esta repressão que foi um ato selvagem, para dizer que isso não pode acontecer e avançar no sentido de que a sociedade não permita que isso aconteça nem em Buenos Aires nem em nenhum lugar do país. Há uma responsabilidade polícia nisso que aconteceu e por isso pedimos o impeachment de Macri e Montenegro. Esta manifestação não tem que ser somente uma queixa, mas uma demonstração para que os políticos saibam que o que reprime ou permite a repressão irão pagar”.

Da Redação do Vermelho,
com agências internacionais