Cubano quer esquerda mais forte para integração latino-americana

O fortalecimento da esquerda é impostergável para assegurar as mudanças e a integração na América Latina e no Caribe, afirmou nesta segunda-feira (29) Miguel Díaz-Canel, membro do Birô Político do Partido Comunista de Cuba.

O primeiro vice-presidente de Cuba, ao inaugurar  a reunião do Foro de São Paulo, deu as boas vindas aos representantes de partidos e movimentos sociais que integram o Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, reunidos no Palácio das Convenções de Havana.

"Os processos de mudanças na região, o avanço e a consolidação da integração, precisam do apoio dos partidos de esquerda", disse o primeiro vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros de Cuba.

Díaz-Canel lembrou que Havana foi sede de vários encontros e reuniões do Foro. Adiantou que os participantes receberão informação de primeira mão sobre a atualização do modelo socialista cubano.

Ele também convidou os delegados – que representam duas dezenas de nações e cerca de 40 partidos políticos – para participarem dos festejos de 1º de Maio, quando milhares de cubanos desfilarão e protagonizarão o Dia Internacional dos Trabalhadores, este ano dedicado a homenagear o falecido presidente venezuelano Hugo Chávez.

Em relação à homenagem, o membro do secretariado do PC cubano, José Ramón Balaguer, afirmou que Chávez inaugurou uma segunda onda independentista na América Latina, marcada pelos avanços sociais e pela soberania.

Balaguer, chefe do Departamento de Relações Internacionais do Partido Comunista, apresentou para o debate um documento sobre a necessidade de unidade da esquerda no continente.

O funcionário do PC indicou que a região vive um momento de avanços transcendentais, mas também há sinais de esgotamento de políticas, o que demanda o aprofundamento do debate.

Em relação a isso, defendeu a adoção de um programa político com objetivos comuns, na construção de sociedades anticapitalistas, com a maior justiça social possível.

Enfatizou que, sem a unidade mais ampla, os governos de esquerda e progressistas podem estar em perigo, abrindo brechas para governos direitistas e revanchistas, que reconstruiriam as tramas neoliberais.

"As direitas latino-americanas estão debilitadas, sem discurso nem propostas alternativas, mas não estão plenamente derrotadas; conservam ainda poder econômico e cultural", alertou.

Na jornada, conduzida por Valter Pomar, secretário-executivo do Foro e dirigente do Partido dos Trabalhadores do Brasil, foi também denunciada o que se qualificou como "arremetida fascista" contra a Revolução Bolivariana na Venezuela.

Rodrigo Cabezas, membro da direção nacional do Partido Socialista Unido da Venezuela, disse que a direita de seu país, com o apoio dos Estados Unidos, pretende não reconhecer a vitória nas urnas do presidente Nicolás Maduro e mergulhar o país em uma espiral de desestabilização.

A reunião do Grupo de Trabalho do Foro se encerrará na terça-feira (30) e adotará um documento prévio ao 19º Encontro da organização, que será realizado em São Paulo. Uma delegação do PCdoB está presente ao encontro.

Com informações da Prensa Latina