BB: Bancários no Ceará rejeitam proposta de greve
Em assembleia realizada na última semana, os bancários do Banco do Brasil no Ceará rejeitaram a proposta de greve de 24 horas para o dia 30/4, próxima terça-feira. A participação cearense no movimento nacional será feita com uma manifestação no mesmo dia 30, no Centro de Fortaleza.
Publicado 29/04/2013 09:59 | Editado 04/03/2020 16:28
O protesto é a resposta da categoria para o descaso do banco com uma série de problemas enfrentados pelo funcionalismo. Entre as reivindicações está a revisão do plano de funções, sobre o qual a direção do BB se recusa a negociar mesmo tendo retirado direitos dos trabalhadores.
“Apesar de o Sindicato ter explicado os motivos pelos quais defendia a importância da greve, que é uma construção nacional da categoria para tentar forçar o banco a mudar sua postura intransigente, os bancários do Ceará resolveram, diante do quadro local, não aderir à greve”, explica Gustavo Tabatinga, diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará. A greve só não foi deflagrada pela diferença de um voto.
Como forma de contribuir para o movimento nacional contra os desmandos da gestão do BB, os bancários decidiram realizar um ato de protesto, às 9 horas do mesmo dia 30/4, na agência Praça do Carmo, no Centro de Fortaleza. Os participantes da assembleia também aprovaram a proposta de uma operação padrão, onde os trabalhadores não devem vender produtos e serviços na terça-feira.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE), Carlos Eduardo Bezerra, destaca a importância da mobilização e da participação dos bancários no movimento. “Mostrando nossa força, nossa unidade e nossa organização, podemos forçar o banco a negociar e escutar nossas reivindicações. O que não podemos é ficar inertes diante de uma gestão fascista e nefasta como é a do Banco do Brasil”, afirma.
O Sindicato convoca todos os funcionários para participarem do protesto no dia 30/4, na agência Praça do Carmo, para reforçar a luta da categoria contra a postura abusiva, autoritária e antissindical do banco.
O porquê da mobilização
A atual gestão do BB é marcada por políticas que têm desrespeitado, indignado e adoecido os bancários: cobrança de metas abusivas, assédio moral, demissões por ato de gestão e descomissionamentos irregulares – só para citar alguns dos problemas.
No final de janeiro deste ano, a direção do banco tomou mais uma medida prejudicial aos funcionários: implantou de forma unilateral um novo plano de funções comissionadas, que, entre outros aspectos negativos, reduziu salários e alterou verbas remuneratórias. Um ataque direto ao bolso e aos direitos do trabalhador.
Diante do quadro de total insatisfação dos funcionários, obrigados a enfrentar novos e mais problemas no cotidiano das agências, o movimento sindical encabeçou uma onda de protestos em todo o Brasil para pressionar o banco a rever o plano de funções. Desde fevereiro foram realizadas várias manifestações e paralisações. Nada adiantou: o banco continuou a ignorar as reivindicações dos bancários e a negar negociações.
Depois de muita pressão, o BB marcou negociação com os sindicatos para o dia 9/4. Entretanto, em mais uma atitude de desrespeito com a categoria, o banco desmarcou a reunião em cima da hora – ignorando a presença de dirigentes sindicais de todo o País que estavam em Brasília para a negociação – e ainda negou a possibilidade de quaisquer alterações no plano de funções. A Contraf-CUT e os sindicatos, então, resolveram convocar greve nacional de 24 horas no dia 30 de abril, entendendo que a direção do banco só dá atenção às reclamações dos funcionários através da linguagem da greve.
Fonte: SEEB/CE