Palestina critica descaso do Conselho de Segurança ante Israel

O Estado da Palestina criticou nesta quarta-feira 924) a indiferença do Conselho de Segurança e a fuga de suas responsabilidades ante a necessidade de caminhar no sentido de uma solução pacífica do conflito israel-palestino e a paz e a segurança no Oriente Médio.

A situação nos territórios palestinos ocupados por Israel é precária, o impasse político persiste e as condições pioram sobre o terreno, advertiu o representante palestino na ONU, Riyad Mansour.

Ao falar em uma sessão do Conselho de Segurança sobre o Oriente Médio, o diplomata desconsiderou as afirmações sobre a existência de um status quo na crise e assegurou que "na realidade, a situação nunca deixou de mudar e não para melhor".

Mansour denunciou que Telavive prossegue com suas políticas ilegais de alterar a demografia e o caráter e natureza geográfica dos territórios ocupados, o que coloca em perigo a viabilidade de uma solução de dois estados sobre a base das fronteiras existentes em 1967.

As perspectivas desse ajuste diminuem enquanto Israel insistir no confisco de terras e na violação dos direitos humanos, indicou, ao reclamar ações urgentes caso se queira salvar a possibilidade de uma saída pacífica ao conflito.

Para caminhar na direção correta, Mansour exigiu o fim da construção de assentamentos de colonos israelenses nos territórios palestinos, "como um sinal sério de que está disposto a negociar de boa vontade e por um fim à ocupação".

Além disso, pediu a retirada de Israel das terras roubadas à força em 1967 e a libertação dos prisioneiros políticos e detidos palestinos.

Revelou que, neste momento, há 4.900 palestinos em prisões israelenses, deles 235 são crianças e 1.200 precisam de assistência médica urgente, e mais 168 pessoas estão presas sob o regime de "detenção administrativa", sem acusações nem julgamento.

Sobre isso, lembrou as mortes na prisão dos palestinos Arafat Jaradat e Maysara Abu Hamdiyeh, o primeiro depois de sofrer torturas e o segundo por negligência médica no cárcere.

Na mesma linha, alertou sobre a situação do preso Samir Issawi, que ontem pôs fim a uma geeve de fome que durou mais de 260 dias.

Por outro lado, o representante de Palestina na ONU reiterou sua demanda pelo fim do bloqueio implantado por Israel contra a Faixa da Gaza, que já leva seis anos.

Mansour ratificou o compromisso da direção palestina com o objetivo de obter um acordo pacífico para o conflito e sublinhou "nossa obrigação de preservar a dignidade do povo palestino e de garantir que se faça justiça".

Fonte: Prensa Latina