Seminário definiu propostas para mudanças no Ensino Médio
Com auditório lotado na Assembleia Legislativa do Ceará, o Seminário "Currículo e Formação – Desafios para o Ensino Médio" reuniu propostas e sugestões para repensar esse nível de ensino, rumo a uma escola capaz de motivar o aluno a permanecer em sala de aula, gostar de aprender, contar com uma formação integrada e com novas possibilidades.
Publicado 20/04/2013 08:46 | Editado 04/03/2020 16:28
Promovido em parceria entre os mandatos dos deputados federais Chico Lopes (PCdoB) e Artur Bruno (PT) e a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Professor Teodoro (PSDB), o seminário contou com ampla participação de professores, gestores, diretores de escolas públicas e privadas, estudantes e outros interessados na discussão sobre os rumos do Ensino Médio.
O seminário foi muito proveitoso, com várias sugestões importantes para mudanças positivas ao Ensino Médio", avaliou o deputado Chico Lopes, ressaltando que todas as sugestões serão levadas em conta na elaboração do relatório geral da Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio, da Câmara dos Deputados.
"Essa Comissão tem como objetivo apresentar ao Ministério da Educação propostas de todo o Brasil, sobre a reformulação do Ensino Médio. E hoje, no seminário em Fortaleza, sem dúvida tivemos grandes contribuições para esse debate", acrescentou Chico Lopes, coordenador, no Ceará, da Comissão Especial para Reformulação do Ensino Médio.
Educação mais crítica
Responsável por uma das palestras de abertura do seminário, o professor Enéas Arrais Neto, da Faculdade de Educação da UFC, apontou a necessidade de "uma abordagem mais profunda e crítica do que a imensidão de conteúdos e dados que são ministrados aos alunos, sem se saber exatamente o porquê". "A escola acaba formando para a alienação, a submissão. Onde está a discussão sobre o papel da mídia na educação? Todos nós, educadores, deveríamos puxar esse debate", exemplificou, defendendo a integração da educação profissional ao Ensino Médio.
Também palestrante, a professora Francisca Rejane Andrade, do Curso de Serviço Social da UECE, concordou quanto à necessidade de aproximar formação geral e educação profissional. A professora apresentou um projeto político-pedagógico para atividades integradas e destacou que a evolução do Ensino Médio depende de melhorias no sistema educacional como um todo. "Temos complexos desafios, na gestão e estrutura do sistema de educação, e o Ensino Médio faz parte desse todo".
Mudança de currículo
Diretor da Escola de Ensino Fundamental e Médio César Cals, o professor Eliseu Paiva defendeu que a reforma do Ensino Médio aponte para "um currículo novo e mais amplo", mas também garanta a presença de mais profissionais para acompanhamento do aluno na escola, dialogando com os pais.
Mesmo objetivo apontado por Airton Oliveira, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará: "Devemos nos preocupar com o currículo do Ensino Médio, também quanto às 12 milhões de pessoas que terminaram o Ensino Médio e não vão para a universidade, nem têm uma profissão. E todo ano um milhão e trezentos mil alunos se somam a essa demanda reprimida", destacou.
Respeito aos alunos
Representante da Secretaria de Educação do Governo do Estado, Maurício Holanda apontou "dificuldades de comunicação intergeracional" como um desafio para a escola de hoje. "O mundo continua mudando, a base tecnológica, as formas de sociabilidade são outras, e nossos jovens não têm a visão cultural que nós temos. E nós vamos ter que dar um jeito de conversar com eles, respeitando-os e recuperando o respeito deles por nós", enfatizou.
"A crise do Ensino Médio é parecida com a dos aeroportos brasileiros. Eles são muito pequenos e não têm como atender tanta gente. Os lanches são caros, porque só pessoas ricas iam ao aeroporto. A verdade é que os jovens de menor renda não chegavam ao Ensino Médio, e há alguns anos começaram a chegar", frisou Maurício.
O professor Edgar Linhares, homenageado durante o seminário por seu histórico de contribuições à educação, ratificou a necessidade de melhor diálogo com os estudantes: "O essencial é o aluno ser amado, ser tratado como gente. Trate bem o aluno, que ele adora a escola".
Já Anízio Melo, presidente do Sindicato Apeoc, dos professores das redes pública estadual e municipais, destacou a necessidade de mais recursos para a educação, com investimento de 100% dos royalties do petróleo: "Todo o avanço do PNE vai ser insuficiente se a gente não garantir os recursos para investimento na educação".
Entre outros participantes, o seminário, transmitido ao vivo pela TV Assembleia, contou com a presença do deputado federal José Linhares (PP-CE) e de representantes dos mandatos do senador Inácio Arruda e do vereador Evaldo Lima (ambos do PCdoB), líder do prefeito na Câmara Municipal de Fortaleza. Estudantes de Fortaleza e de municípios da Região Metropolitana, além de representantes de entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE), também levaram ao debate sugestões para melhorias no Ensino Médio.
Fonte: Assessoria do deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE)