Paraguai: Cartes é acusado de narcotráfico e lavagem de dinheiro

Considerado o favorito nas eleições presidenciais do Paraguai, Horácio Cartes – candidato do partido Colorado – foi acusado oficialmente pela Assembleia Permanente pelos Direitos Humanos. A denúncia, protocolada no Ministério Público a dois dias das eleições, afirma que Cartes pode estar envolvido com contrabando, narcotráfico, evasão de impostos, enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro.

Por Mariana Serafini*,de Assunção

Horácio Cartes - Parguai

A acusação oficial foi apresentada pelos membros da Assembleia Permanente pelos Direitos Humanos, Nils Candia, José Cristaldo, e Nilda Estigarribia. O documento protocolado no departamento de Delitos Econômicos e Anticorrupção, com o fiscal Carlos Arregui, tem o seguinte trecho: “Tememos que depois de 21 de abril o senhor Horácio Cartes chegue a responder, empossado como presidente, com todo o poder que emana desse cargo, sem que tenham investigado sua conduta ética e moral (…) Se pelo menos uma das denúncias forem confirmadas poderia se transformar em um personagem altamente perigoso para os destinos da pátria”.

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Além da Assembleia, existe um grupo de parlamentares europeus envolvidos na causa. Em entrevista ao portal paraguaio “E’a”, o deputado Jürgen Klute afirmou “para a União Europeia seria muito complicado negociar um Acordo Comercial com um governo possivelmente vinculado ao narcotráfico, isto comprometeria seriamente os esforços legislativos em uma luta que estamos travando no Parlamento Europeu contra os fluxos ilícitos de dinheiro e os paraísos fiscais”.

Horácio Cartes não tem trajetória política, é filiado ao partido Colorado há pouco mais de dois anos e este ano votará pela primeira vez. É um grande empresário paraguaio, trabalha há anos com a produção e exportação de tabaco para a Europa, através das empresas Tabacalera del Este S.a e Tabacos del Paraguay S.A. Tem uma empresa no ramo de refrigerantes que negocia com os Estados Unidos, trabalha no agronegócio e foi presidente do time de futebol Libertad.

*Mariana Serafini é jornalista