Movimentos de Samba de São Paulo se mobilizam para audiência

Tirar os movimentos culturais de samba de SP da invisibilidade. Esta é a palavra de ordem entre sambistas, cantores, compositores, batuqueiros que se reuniram na última quarta-feira (17), no centro de São Paulo, com a deputada Leci Brandão e o vereador Orlando Silva, ambos do PCdoB, para discutir a mobilização para a primeira audiência pública dedicada aos terreiros, rodas e comunidades de samba e que acontecerá dia 16 de maio na Assembleia legislativa de São Paulo.

Reunião mobilização audiencia movimentos samba - Railídia Carvalho

Há pelo menos quinze anos esse movimento foi se construindo em São Paulo à margem do poder público e em grande medida para suprir a ausência de ação cultural para a periferia da grande São Paulo. Desde a conquista de uma cadeira na Alesp, a sambista e compositora Leci Brandão tem assumido o compromisso, agora também com o reforço do vereador Orlando Silva, de trazer esse debate para o centro da discussão política.

“Eu considero esta audiência o terceiro gesto de grande simbolismo da ação do meu mandato ao lado do prêmio que homenageou mulheres e que levou o nome de Theodosina Ribeiro e também da homenagem que fizemos a baluartes da escola Camisa Verde e Branco e Vai-vai”, afirmou Leci.

Citando o movimento Arte contra a barbárie, puxado por artistas e companhias de teatro no final dos anos 90,e que resultou na lei de fomento ao teatro, Orlando Silva defendeu que os movimentos culturais de samba construam uma pauta de demandas, reivindicações e ações para que o poder público tome conhecimento de que essas manifestações não são contempladas pela política cultural do município e do Estado. “É preciso ação do Estado, do governo municipal fomentando essas iniciativas”, disse Orlando.

Para Fernanda de Paula, do Coletivo Municipal de Cultura do PCdoB e coordenadora Cultural da União de Negros pela Igualdade (Unegro) este é o momento dos movimentos de samba buscarem a quebra dessa invisilbilidade.

A cantora e jornalista Railídia, do Coletivo Municipal de Cultura do PCdoB, defendeu que os participantes do encontro usem a mesma energia e disposição fraterna, com as quais frequentam os diversos terreiros prestigiando os amigos, para concentrar na mobilização e organização política dos sambistas em São Paulo.

O encontro foi organizado pela deputada Leci Brandão com o apoio da Associação de Sambistas e Terreiros de Samba de São Paulo, entidade que está debruçada sobre um mapeamento desses movimentos no Estado.

Participaram do encontro lideranças do samba como o cantor e compositor Chapinha do Samba da Vela e a cantora Ana Elisa; Fatima Gazal , da secretaria para Gêneros e Etnias, da Secretaria de Estado da Cultura; Simone Nascimento, presidenta municipal da UNEGRO ;Flávia Tanaka, do Conselho de Promoção da Igualdade Racial de Guarulhos, representantes do samba do Olaria, Terreiro de Compositores, Pagode da 27, Samba do Congo, Samba da Ponte, representantes da Vai-Vai, Camisa Verde e Branco e Nenê de Vila Matilde.

Da Redação