Jornada de Lutas reúne 3 mil estudantes em Chapecó

Três mil estudantes catarinenses compareceram a Jornada de Lutas no centro de Chapecó na manhã da última quarta-feira (17). Considerado um dos maiores atos já organizados na cidade, a atividade inseriu os estudantes da região oeste de Santa Catarina no mapa da Jornada Nacional de Lutas da Juventude Brasileira.

Um dos principais objetivos do protesto foi cobrar do poder público municipal para que tome providências contra o bloqueio do cartão de estudante fora do horário de aula, o que descumpre a lei do meio passe. Outras bandeiras levantadas foram contra o sucateamento da educação catarinense, tendo em vista que inúmeras escolas em Santa Catarina se encontram em estado precário e a questão da eleição direta para diretor de escola. Nesse último caso, a vaia dos estudantes foi com grande intensidade durante a manifestação.

A manifestação organizada pela União Nacional dos Estudantes (UNE), União Catarinense dos Estudantes (UCE), União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Chapecó, União Florianopolitana dos Estudantes Secundaristas (Ufes) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) durou mais de duas horas e percorreu as principais ruas da cidade em busca de reconhecimento e de mais qualidade na educação.

Com apoio do Instituto Federal de Santa Catarina – Chapecó, estudantes da Universidade da Fronteira Sul (UFFS), UNOESC, UDESC, a marcha se concentrou em frente a Igreja Matriz, na Praça Municipal Coronel Ernesto Bertaso, no centro da cidade e seguiu em passeata passou pelo Terminal de Transporte Coletivo Urbano, onde houve muita manifestação contra bloqueio do vale transporte fora do horário de aula. “Os estudantes não estudam apenas dentro das escolas, eles são estudantes todos os dias, para fazer pesquisas, extensão, ir à biblioteca. Somos estudantes em todos os horários e precisamos do acesso livre ao transporte coletivo, além da gratuidade deste para os estudantes”, comenta a diretora da UBES no estado, Vitória Davi.

Para Vitória, o ato foi positivo. “A Jornada de Chapecó foi um dos maiores movimentos que a cidade já teve em todos os tempos, seguimos pelas ruas da cidade fazendo ecoar e valer a voz dos estudantes, mostrando o quanto o movimento está vivo em Santa Catarina e que ele precisa de respostas concretas e não que escolas sejam fechadas”, reafirmou.

Mais diálogo

Em frente a Gerência Regional de Educação (Gered), os estudantes reivindicaram a falta de diálogo e de liberdade para poder montar seus grêmios estudantis, passar em salas para falar com os alunos e conversar com seus diretores. Sem respostas da Gered e sem que ninguém fosse falar com os estudantes, a passeata seguiu para a Secretaria de Educação do Município, onde os estudantes também não foram atendidos pela Secretária de Educação em exercício.

Para do presidente da Ufes, Anderson Patryck de Oliveira, os estudantes de Chapecó vivem um pouco de ditadura nas escolas, sendo impedidos de várias coisas, como por exemplo, de se organizarem em grêmios estudantis. Diversos diretores de escolas dificultaram a organização do movimento estudantil, fato que levou o grupo a procurar auxílio do Ministério Público. “Enfrentamos várias dificuldades, porque os diretores são cargos indicados e não representam a luta por melhoras na educação, estão representando apenas o interesse de seus cargos políticos”, afirmou Anderson.

Entre as demais reivindicações esteve investimento em educação, gestão democrática nas escolas, passe-livre estudantil, melhora na infraestrutura das escolas, reforma agrária, praças e quadras para juventude, mais acesso à cultura, lazer e esportes, acesso definitivo à UFS e o cumprimento do piso salarial dos professores.

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