Renato: Os trabalhadores são fundamentais na luta contra os juros
"A decisão tomada pelo Copom não terá reflexo nenhum sobre a inflação, os únicos beneficiados serão os setores que sempre ganharam com os juros." Essa é a opinião do presidente do PCdoB, Renato Rabelo, que, em conversa com o Portal Vermelho, avaliou a alta dos juros e destacou que o momento agora é de mobilização, especialmente dos setores organizados da sociedade civil.
Joanne Mota, do Vermelho em São Paulo
Publicado 18/04/2013 17:17
Por telefone, o dirigente comunista nomeou de "alarmista" a campanha pelos juros empreendida pelos setores mais conservadores do país.
"Nas condições atuais não será o aumento dos juros que irá garantir a estabilização dos preços, lembrando que está inflação não é uma inflação de consumo, mas sim de oferta de alimentos. Oferta essa que desde 2012 está comprometida pelas variações climáticas em diversas partes do país."
Segundo ele, objetivamente, essa sinalização do Banco Central esfria o impulso que é necessário para fomentar os investimentos no setor produtivo do país. Ou seja, esse aumento dos juros é contraproducente, e só responde aos anseios do rentismo e dos especuladores.
"Essa receita de conter a inflação com o aumento dos juros é uma receita conservadora, pois sacrifica o desenvolvimento e o emprego em todo o país. Ela enterra o avanço dos setores produtivos, especialmente em um momento em que o que mais defendemos é a ampliação dos níveis de crescimento", pontuou o dirigente.
Ele esclarece que "para o PCdoB a inflação sempre será um assunto de grande importância, porém adverte que a forma como a discussão foi colocada no debate foi equivocada e falaciosa, basta lembrar que essa receita tucana foi uma avalista estratégica para os setores que acumularam riqueza com a espiral inflacionária em outros momentos de nossa história. E o resultado disso é um só: quem perde é sempre os trabalhadores".
Protesto das centrais
Sobre a reação dos movimentos sindicais, Renato parabenizou os atos ocorridos em todo o Brasil e indicou que o momento agora é de mobilização e acompanhamento do debate, pois é preciso impedir que haja uma sucessão de altas da taxa Selic.
"Para enfrentar esses círculos dominantes é necessário o apoio dos mais diversos setores. Ou seja, para se contrapor a essa investida é fundamental que setores como o movimento sindical estejam prontos para externar sua posição. E nesse caso lutamos por algo que é de interesse de todos, o avanço de nosso país". E completa: "O momento agora é de unir forças para ajudar o governo na queda-de-braço contra o rentismo, e os trabalhadores são fundamentais nesse processo".