Acordo obtém dois salários a mais para os demitidos do Estadão
A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e o Grupo Estado fecharam na tarde de segunda-feira (15) um acordo de conciliação sobre as demissões no jornal O Estado de S. Paulo, que prevê pagamento de dois salários nominais aos trabalhadores a título de rescisão e o pagamento pela empresa de seis meses do plano de saúde. Trabalhadores se reúnem na quarta, em assembleia.
Publicado 16/04/2013 16:56
Além disso, acertou-se também que estas condições estarão garantidas para qualquer jornalista que venha a ser demitido pela empresa nos próximos 60 dias.
A audiência contou com a participação dos membros da Comissão de Negociação eleita pelos trabalhadores na assembleia realizada na última sexta-feira, no pátio da empresa. Ela foi conduzida pelo desembargador Davi Furtado Meirelles e pela juíza Patrícia Therezinha de Toledo. Pelo Sindicato dos Jornalistas, participaram o secretário-geral, André Freire, o diretor Jurídico, Paulo Zocchi, e o advogado coordenador do Departamento Jurídico da entidade, Raphael Maia.
Instalada às 13h, a audiência durou duas horas e meia. No início, os representantes do Sindicato apresentaram a proposta aprovada na assembleia: repúdio às demissões e apoio às propostas formuladas pelo desembargador na audiência anterior — um PDV com cinco salários (ou um salário por ano trabalhado), seis meses de plano de saúde e seis meses de estabilidade no emprego. Por seu lado, a empresa iniciou a audiência oferecendo apenas seis meses de plano de saúde. Após uma primeira rodada de discussão e consultas, a empresa ofereceu a proposta de indenização aos demitidos equivalente à metade do aviso-prévio (variação de 0,5 salário a 1,5 salário, no máximo).
Após novos debates, os representantes do Sindicato, em discussão com a comissão de representantes e os jornalistas que acompanhavam a audiência, decidiram apresentar a contra-proposta de indenização nos moldes do acordo do Jornal da Tarde, firmado em dezembro último (três salários de indenização e seis meses de plano de saúde). Por fim, a empresa propôs dois salários de indenização: os membros da comissão então fizeram consultas com os trabalhadores ausentes por telefone. Com a maioria dos trabalhadores favoráveis à aceitação da proposta, fechou-se o acordo. Na prática, caso não houvesse acordo, a causa seria então encaminhada para os trâmites judiciais. Com o acordo, foi cancelada a liminar que suspendeu as demissões.
Novamente, a audiência foi acompanhada por dirigentes de outros sindicatos: Domingos Fontan, diretor do Sindicato dos Empregados da Administração das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas de São Paulo, e o vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, Wanderlei Pozzembom. A participação do Sindicato de Brasília foi particularmente importante pois, imediatamente após o acordo, já começaram as negociações para que seja também estendido aos cinco demitidos do jornal na Sucursal de Brasília.
A diretoria do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo (SJSP) considerou largamente positivo o resultado da mobilização, pois, depois de agir com brutalidade e desrespeito, a empresa enfrentou a resistência organizada dos jornalistas, foi obrigada a negociar e foi obrigada a conceder uma significativa indenização a todos os atingidos pelo corte.
Na quarta-feira (17), às 15h, o Sindicato dos Jornalistas promove nova assembleia na porta da empresa para fazer uma avaliação final desta mobilização, debater seu encaminhamento e resultados e discutir como prosseguir com a organização dos jornalistas.
Fonte: Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
(imagem: montagem Comunique-se)