Orlando Silva repudia Salva de Prata em homenagem à Rota
O vereador por São Paulo, Orlando Silva (PCdoB) discursou no Plenário da Câmara Municipal repudiando a atitude da Casa em homenagear à Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar). A concessão da Salva de Prata – uma das mais importantes homenagens é de iniciativa do vereador tucano Paulo Telhada.
Publicado 12/04/2013 16:06
A Rota existe há mais de um século, em 1951 o batalhão, com antigo nome de "Batalhão de Caçadores", foi batizado com o nome de Tobias de Aguiar, ficando então "Batalhão de Caçadores Tobias de Aguiar". A partir dos anos de chumbo, passou a ser mais conhecida como Rota, pois suas rondas ostensivas acabaram definindo a identidade e a imagem: unidade mais truculenta da Polícia Militar paulista.
Segundo Orlando, que não assinou a petição da homenagem, disse que a Casa tem que levar em consideração o conjunto da obra, a fundamentação do texto não foi contextualizado, disse o vereador comunista. Com isso, Orlando citou que naquela época, a história prova que o Estado que transformou o terrorismo numa política social e que não deu a liberdade para o povo lutar pela democracia.
Para Orlando, a Rota representava um lado, uma visão da política, em que o Estado cerceou o direito à livre manifestação com a instituição do AI-5 (Ato Institucional de número cinco) que jogou na clandestinidade e na luta, várias lideranças.
O vereador repudiou ainda a agressividade que o texto retratou Carlos Lamarca e Carlos Marighella, dois líderes da luta pela democracia. Estes fatos do “passado heroico” da Rota foram escrito por Telhada que mencionou suas campanhas (já que ele foi comandante da Rota) contra grupos guerrilheiros que se levantaram contra a ditadura militar. Três parágrafos do documento fazem apologia a ações da Rota contra os que lutaram contra a ditadura civil-militar.
Para a homenagem, Telhada já conseguiu as 34 assinaturas, dentre os 55 vereadores da Casa, e, portanto, vai poder apresentar o projeto. Devido ao número de assinaturas, o projeto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Agora, o mérito da proposta será avaliado pelo Plenário da Casa.
Da redação,
Eliz Brandão