Guatemala registra elevado crescimento de feminicídio
O "Informe de monitoramento de violência e situação dos direitos humanos no mês de março 2013” na Guatemala, publicado pelo Grupo de Apoio Mútuo (GAM), revelou que houve um aumento nos assassinatos no país desde 2011, com atenção especial para os crimes cometidos contra as mulheres e para a brutalidade dos assassinatos cometidos contra menores de idade.
Publicado 11/04/2013 10:57
Latuff publicado na Revista Forum
Apesar de o governo insistir em dizer que "existe maior segurança no país”, os dados do informe demonstram que no primeiro trimestre de 2013 houve um aumento de 9% nos crimes em relação ao mesmo período do ano passado, sendo maior também do que os dados de 2011. Desde outubro de 2012 vem sendo observado um aumento de cerca de 1% ao mês, no número de mortes no país.
No entanto, chamou a atenção o incremento de crimes contra as mulheres percebidos em fevereiro com um índice 13% maior do que 2012, mas que em março cresceu mais 6% chegando então a um índice 19,40% maior do que os crimes registrados contra mulheres no ano passado. Para o GAM, "as cifras de mortes violentas de mulheres cresceram a passos gigantes”, revelando a "alta fragilidade e vulnerabilidade das mulheres” no país.
O informe destaca que é "indispensável” ter a capacitação dos agentes da polícia e do Ministério Público para "poder prevenir mais mortes de mulheres”, que poderiam ser evitadas com um tratamento adequado às denúncias.
A crueldade dos crimes cometidos contra jovens menores de idade, refletidos na "constante presença de desmembramentos e torturas nos corpos das vítimas”, e a falta de julgamento para estes casos, também não passaram despercebidos no relatório, assim como o aumento de mortes por massacre neste trimestre.
De acordo com os dados do GAM, a arma de fogo é o meio mais utilizado (87%) pelos assassinos, seguida de longe (5,16%) por armas brancas e golpes (3,59%). Entre os profissionais mais expostos a violências, os comerciantes ainda aparecem em primeiro lugar na lista, seguidos pelos trabalhadores camponeses e motoristas de transporte coletivo.
Fonte: Adital