Força tarefa chega a Goiânia após 27 mortes de moradores de rua
Estes números levaram a Secretaria Nacional dos Direitos Humanos a deslocar uma força tarefa para a cidade. No sábado (6), um homem de 30 anos e um menino de 11 foram mortos a pauladas em uma rua.
Publicado 08/04/2013 16:32
"Se há um grupo de extermínio, nos moldes que a gente vê em outras áreas de nosso país, isso nós vamos apurar ao longo dessa semana", afirma Gabriel Rocha, secretário nacional de Direitos Humanos.
No sábado (6), um homem de 30 anos e um menino de 11 foram mortos a pauladas em uma rua.
Duas das execuções foram gravadas por câmeras de segurança. Os corpos foram encontrados na calçada de um comércio, na rua Damiana da Cunha. Segundo a Polícia Militar (PM), testemunhas viram quando três homens chegaram em um carro para cobrar uma dívida e, em seguida, teriam praticado o crime.
Em dias e locais diferentes, aparentemente o mesmo homem de capacete se aproxima, retira a arma e dispara. O assassino ainda não foi identificado. Um policial militar acusado de matar moradores de rua está preso.
A Polícia Civil não acredita na existência de um grupo de extermínio. O que existe, na visão dos policiais, são casos isolados, brigas entre os próprios moradores de rua por causa de drogas.
"Para chegar a isso, afirmar que existe um grupo de extermínio efetivo, nós precisamos ter uma mesma identidade de grupos de pessoas, autores dos fatos, pelo menos o modus operandi, o que nós não percebemos nesses diversos casos", declara Deusny Silva Filho, superidentente de polícia judiciária.
O coordenador do Centro de Direitos Humanos tem outra opinião. "Tem situações em que há uma clara simulação. Quando eu vejo três pessoas descerem de um carro e matarem dois moradores a pauladas, como foi o caso desse penúltimo assassinato, eu creio que estão dissimulando a forma de assassinar", avalia Eduardo Mota, coordenador do Centro de Direitos Humanos de Goiás.
Maria Madalena Patrício, que trabalha com moradores de rua há 30 anos, defende uma ação policial integrada. “É uma questão muito grave, a Polícia Federal precisa ajudar a resolver o que está acontecendo em Goiás".
Fonte: G1