Avó da Praça de Maio morre afogada em enchente em Buenos Aires
Lucila Ahumada de Inama, uma das líderes do movimento Avós da Praça de Maio – um dos mais ativos da Argentina em defesa dos direitos das vítimas da ditadura -, foi encontrada morta nesta quinta-feira (4) em Buenos Aires. Lucila morreu afogada durante as enchentes que atingem o país desde o último dia 1º.
Publicado 05/04/2013 16:48

Lucila morreu afogada depois que a área onde estava foi alagada. A água atingiu 1,7 metro. Em nota, o movimento de Avós da Praça de Maio lamentou a morte e prestou solidariedade à família da líder, às demais vítimas e seus parentes. “Expressamos o nosso pesar pelo desastre e a nossa solidariedade com as vítimas e suas famílias”, diz o comunicado.
“As Avós da Plaza de Mayo querem transmitir a profunda tristeza que sentem pelas terríveis consequências da tempestade, que atingiu as cidades de La Plata, Buenos Aires e a maioria dos subúrbios”. A organização lamenta que mais uma avó tenha morrido sem encontrar seu neto.
“Pela memória das vítimas da inundação e pela dor das famílias, as avós chamamos ‘em particular os jovens’ a seguir sendo solidários com as pessoas que perderam tudo ou quase tudo, em muitos casos o pouco que tinham”.
A líder do movimento morreu sem encontrar o filho, a nora e o neto desaparecidos durante a ditadura militar da Argentina. O filho de Lucila, Daniel, e a mulher dele, Naomi, foram sequestrados em 2 de novembro de 1977 e levados para um centro clandestino de reclusão usado no período da ditadura. A jovem estava grávida e deu à luz. Lucila passou os últimos anos em busca dos três.
Pelos últimos dados do governo argentino, aumentou para 49 o número de mortes em decorrência do temporal que atingiu, na noite do dia 2, a região de La Plata. A Defesa Civil continua as buscas a 20 desaparecidos. Em todo o país, foram registradas 57 mortes.
Com Agência Brasil