Esquerda paraguaia reivindica investigações internas e da ONU
A Frente Guasú (coalizão da esquerda paraguaia) exigiu ao governo o cumprimento da demanda da ONU para a constituição de uma Comissão da Verdade e Justiça, para a investigação das mortes de campesinos em Curuguaty e a destituição do presidente Fernando Lugo, ambos os fatos ocorridos em junho de 2012.
Publicado 02/04/2013 09:44
A coalizão também reivindicou a substituição do promotor que atende o caso do brutal desalojo de campesinos em Curuguaty e investigação de candidatos presidenciais e parlamentares envolvidos na conspiração para destituir o presidente constitucional.
Em uma coletiva de imprensa encabeçada por Lugo, pediu-se à comissão investigadora independente reclamada pela ONU que inclua o argentino que ganhou o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, personalidades locais e estrangeiras e organizações defensoras dos direitos humanos.
A Frente recordou que uma instância deste tipo havia sido nomeada por Lugo pouco antes da sua destituição, mas os autores do golpe parlamentar deixaram sem efeito tal designação.
Demandou também que sejam investigados Horacio Cartes e Efraín Alegre, candidatos presidenciais para as eleições do próximo 21 de abril, assim como membros do Parlamento e partidos políticos tradicionais, envolvidos na mencionada conspiração para derrocar Lugo.
A Frente assinalou que a acusação confirma-se com a resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU, na qual o órgão recolheu indícios de que as mortes dos campesinos e policiais em Curuguaty formaram parte do plano para a ruptura da ordem constitucional.
Em resposta a preguntas da Prensa Latina, Lugo censurou a ação do vice-presidente Oscar Denis de desconsiderar a resolução de ONU.
“Este governo desconhece o Mercosul, a Unasul, e outras instâncias internacionais e agora até desconhece a ONU, e nada menos que defendendo os atropelos cometidos contra os povos indígenas”, expressou Lugo.
A chancelaria paraguaia minimizou a resolução da ONU e negou a criação de uma comissão independente para investigar as mortes e a destituição de Lugo do cargo de presidente.
Com Prensa Latina
da redação do Vermelho