Dom Murilo Krieger fala sobre permanência de Feliciano na CDHM 

Em entrevista ao portal Bahia Notícias, nesta segunda-feira (1/4), o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, comentou a eleição do pastor-deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara Federal. O líder religioso acredita que não haverá consenso sobre a permanência do parlamentar no cargo.

“Não vai ser fácil pelo seguinte: até quando ele se posicionou [sobre a maldição do povo africano e contra a homossexualidade] era a opinião dele. Ele pensa assim e outro vai dizer que pensa de outra forma. Agora, colocá-lo à frente de uma comissão cuja característica é a defesa dos direitos humanos, vai ser muito difícil fazer com que as pessoas entendam.”, disse Krieger.

O arcebispo concorda que é uma incoerência manter um deputado que já atacou publicamente minorias em um cargo que existe para protegê-las. “Ele está em uma situação muito difícil porque se posicionou muito claramente contra justamente aquilo que a sua pasta deve defender”, explicou.

Dom Murilo Krieger está na Bahia há dois anos, à frente da Arquidiocese de São Salvador, a mais antiga do país. Ele pertence à Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, cuja premissa básica é a participação social da Igreja Católica.

Protestos

A escolha de Marco Feliciano, tido como racista e homofóbico, tem sido marcada por protestos no Brasil inteiro, desde o início. Em Salvador, já foram realizadas duas manifestações que pediam a saída do deputado da comissão.

De Salvador,
Erikson Walla