Partido sírio critica Liga Árabe em mensagem a partidos amigos
Em uma mensagem divulgada nesta quarta-feira (27) pela Liderança Nacional do Partido Árabe Socialista Baath e dirigida aos partidos estrangeiros amigos, o partido sírio descreve a atual crise no país e o papel negativo que a Liga Árabe cumpre para lidar com esta crise.
Publicado 28/03/2013 18:08
Leia abaixo a íntegra da nota:
Há cerca de dois anos, a República Árabe da Síria vem enfrentando uma agressão americano-sionista que visa atingir seu povo, territórios, posição nacional e seu papel de defender as causas da nação.
Os árabes, as potências internacionais, regionais e as forças estrangeiras são responsáveis por essa agressão, liderada pelos Estados Unidos da América e executada por grupos armados terroristas que destroem, matam e sequestram pessoas.
O papel principal destas potências estrangeiras é impor sanções econômicas, utilizando-se de uma campanha de mídia enganosa e do fornecimento de dinheiro, armas e elementos de combate devidamente treinados para as gangues armadas dentro da Síria.
A atuação e a posição da Liga Árabe abrem um perigoso precedente em sua história, porque desde o início e até agora, ela vem atuando de forma negativa, participando diretamente na destruição da Síria ao invés de ajuda-la a encontrar uma solução para crise, desde o momento em que suspendeu a participação da Síria como membro na Liga até o recente reconhecimento da oposição externa representada pela coalizão, cuja vontade é controlada pelas potências estrangeiras que intervêm em assuntos internos sírios e, finalmente, a resolução do Conselho da Liga, de 6 de março, sobre a concessão do assento sírio na Liga a esta coalizão e seu pedido de intervenção estrangeira na Síria.
Portanto, a Direção Nacional do Partido Socialista Árabe Baath gostaria de apresentar esclarecimentos sobre essas agressões e sobre as repercussões e os perigos das resoluções da Liga Árabe sobre a segurança nacional árabe e a estabilidade de toda região:
– Através desta resolução, a Liga afirma estar amarrada ao suporte político negativo das monarquias dos xeques, em termos de dinheiro, petróleo e gás do Catar e da Arábia Saudita que, perversamente, se esforçam para esconder a verdade sobre o terrorismo organizado que ocorre na Síria e a instigação externa, dirigida por círculos ocidentais, que querem impedir a solução pacífica da crise, rejeitar quaisquer planos internacionais ou os esforços para resolver a crise na Síria de forma pacífica.
– Esta resolução pretende fragmentar e enfraquecer a Síria árabe, que é a base da resistência e da libertação. Tal resolução não pode ser isolada dos contextos das resoluções anteriores, mas sim conclui o curso da falsa acusação e da negação do papel histórico árabe da Síria na criação desta Liga e em suas atividades e seus esforços para resolver os problemas na grande nação árabe.
– A resolução apoia o terrorismo e os grupos armados que têm diferentes nomenclaturas. Alguns deles são extensões da Al-Qaida. Ela contradiz os esforços que são feitos para encontrar uma solução política para a crise síria. É uma tentativa de obstruir o programa político, plano de trabalho e ideias construtivas apresentadas por Sua Excelência o Presidente Bashar Al-Assad, no dia seis de janeiro último, que estabelece as bases de um amplo diálogo nacional que leva à busca de soluções adequadas para a crise síria, que estejam em harmonia com o princípio da soberania nacional, tratando-se da regra no relacionamento entre as nações.- A resolução leva a um roubo do papel da Liga de ser uma combinação-quadro, onde ninguém tem o direito de se sobrepor em seu objetivo de alcançar propostas políticas que determinados países árabes querem alcançar, encabeçados pelo Qatar e pela Arábia Saudita, em conluio com alguns estados conhecidos na região.
– A resolução não tem legitimidade, especialmente porque vários países árabes a enxergam com reservas. É considerada nula devido a não permissibilidade de retirar o reconhecimento de um governo legítimo de um Estado membro da Liga, especialmente quando este país é membro fundador da Liga e também a ilegalidade de qualquer resolução referente ao reconhecimento de uma organização que finge representar um dos Estados membros da Liga.
– A resolução é uma agressão flagrante, de acordo com as disposições das resoluções da Assembleia Geral da ONU, relativas a dar uma definição específica para o significado de agressão.
Caros amigos, a Liderança Nacional do Partido Socialista Àrabe Baath está surpresa com a atitude vergonhosa por tais resoluções da Liga, que servem à agenda sionista americana, que quer redesenhar o mapa da nossa região árabe, como um Sykes-Picot II, com o objetivo de transformar o sonho de uma nação árabe em cantões dispersos.
Tal passo em direção à Síria, na próxima 24ª. Cúpula Árabe, é considerado um precedente perigoso. É semelhante a uma declaração de guerra contra a Síria e seu povo, país que dedicou todo o seu potencial para ajudar seus irmãos árabes durante as crises e as guerras que enfrentaram. Isso exige um movimento internacional eficaz para condenar e abortar este passo.
Conclamamos os partidos e organizações amigas para se posicionarem ao nosso lado, contra o agressivo ataque sionista à Síria árabe, acabar com a crise na Síria e a movimentarem-se rapidamente, tanto no âmbito oficial quanto em nível popular, para expor as práticas do Conselho da Liga Árabe e plano traçado por alguns de seus membros e a tomar as medidas necessárias contra este Conselho.
A Direção Nacional do PASB (BASP) conclama os partidos amigos para assumir posições responsáveis e práticas contra este ataque atroz ao sacramento da Síria, de forma flagrante, selvagem e uma violação dos valores árabes e humanitários e a desmascarar a natureza e a verdade sobre este plano, que não tem como alvo somente Síria e sua segurança, mas também a segurança e a estabilidade mundial.
Liderança Nacional
Partido Árabe Socialista Baath