Manifestantes aguardam decisão sobre permanência de Pastor na CDH

Um acampamento em frente ao prédio do Congresso Nacional reúne manifestantes contrários a permanência do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), marcou para esta terça-feira (26) o prazo final para o impasse criado com a indicação do pastor para presidir o colegiado, que gerou protesto dos movimentos e entidades sociais.

"Estamos acampados em frente ao congresso em defesa dos direitos humanos”, foi a mensagem enviada por uma das manifestantes que diz que “a luta é contra a homofobia, contra o racismo, contra o fundamentalismo religioso, contra o retrocesso, a favor do estado laico, a favor das minorias, a favor da solidariedade, do bem, do amor”.

A eleição do deputado Pastor ocorreu há três semanas, mas a pressão por ele ter assumido o cargo não diminuiu. As manifestações contrárias a ele, acusado de racista e homofóbico por declarações postadas nas redes sociais, chegaram ao presidente da Casa. Henrique Alves deu prazo até esta terça para o PSC e o deputado cheguem a um acordo. Regimentalmente, a única forma de ele deixar a presidência da CDH é renunciando.

Enquanto isso não ocorrer, ele permanece no cargo. Por enquanto, o parlamentar rejeita a possibilidade. Mas, dentro da bancada do partido na Câmara, a insatisfação começa a transparecer. Deputados estão irritados com a exposição negativa que Feliciano atrai na imprensa.

O líder do PSC na Câmara, André Moura (SE) deu sinais de que a legenda poderá indicar outro nome para a presidência da comissão. “O partido não pode tomar decisões pelo que ocorre dentro da casa. Nós, como políticos, temos de ouvir a voz que vem das ruas, da sociedade, que é a que mais importa”, disse o líder.

Mais cedo, no entanto, André Moura já havia alertado que qualquer decisão do partido, para ser executada, depende ainda de Feliciano. “Até porque ele já foi eleito e só ele pode renunciar ao cargo", disse.

As duas sessões da comissão que ocorreram até agora foram tumultuadas. Na primeira, houve bate-boca entre deputados. Na segunda, manifestantes e jornalistas foram impedidos de entrar em uma audiência pública. A reunião acabou encerrada antes do previsto e Feliciano deixou a sala da CDH escoltado por seguranças da Casa.

Da Redação em Brasília
Com agências