Camponeses paraguaios são expulsos de terras pela polícia

Mais de 200 policiais paraguaios desalojaram, com o apoio de helicópteros, dezenas de famílias camponesas que ocupavam uma fazenda, destruindo suas moradias e plantações em Canindeyú.

Esse incidente – mais recente ato de repressão na luta dos trabalhadores sem terras – foi realizado enquanto indígenas da comunidade Sawhoyamaxa, do estado de Caaguazú, continuam firmes em seus terrenos ancestrais contra sua venda a compradores privados.

O despejo dos camponeses aconteceu em um lugar conhecido como Sidepar e a ampla mobilização policial foi acompanhada pelo promotor Jalil Raschid, o mesmo implicado em ação igual em junho do ano passado em Curuguaty, deixando 11 camponeses e seis policiais mortos.

Relações com latifundiários 

Rachid foi reiteradamente condenado pelos advogados defensores dos camponeses presos devido àquele incidente, por sua estreita relação com latifundiários da região e por ser acusado de perseguir famílias camponesas.

A operação teve como cenário uma região de 900 hectares exigida há anos pelas famílias camponesas que alegam que estas terras foram adquiridas pelos latifundiários de forma ilegal com o apoio das autoridades.

No lugar, os ocupantes tinham levantado humildes barracos e plantado milho e feijão para sua própria alimentação, mas com maquinaria pesada a polícia se encarregou de destruir as construções e o plantio.

Estes incidentes com camponeses e indígenas, ocorridos a pouco mais de vinte dias das eleições presidenciais marcadas para 21 de abril, provocaram mais protestos de organizações progressistas e foram apontados como evidência do difícil problema da posse de terra no Paraguai.

Fonte: Prensa Latina