A CTB e o Dia Internacional pela Eliminação do Racismo

O dia 21 de março de 1960 representa um momento de grande comoção nacional e posteriormente internacional, em função ao trágico assassinato de 69 pessoas negras durante uma manifestação pacífica em Sharpeville, na África do Sul, em busca do direito de ir e vir em seu próprio país.

Por Mônica Custódio*, do Portal da CTB

Elas foram vitimadas pelo preconceito racial, exercido pela polícia do antigo regime segregacionista do apartheid. Como uma das formas de defesa dos Direitos humanos. em 1976 a ONU destaca a data como o dia Internacional pela Eliminação Racial.

O Brasil, como segunda maior população negra no mundo depois da diáspora (África), abraça essa bandeira, entendendo realidades diferenciadas, mas com mesmo objetivo. Foram mais de 300 anos de trabalho compulsório com braços negros (escravidão), milhares de mortos durante o regime, sem a oportunidade entender seu direito enquanto SER, o que dirá de buscar TER.

É no século 21, com a conquista de um mandato progressista (governo Lula) que os movimentos sociais organizados veem algumas de suas reivindicações se transformarem em ações concretas. Nossa bandeira de Reparações já! se mantém, e toma concretude através das políticas públicas.

É neste sentido que a Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, e de todas as outras formas de discriminação toma corpo, pois esse país de dimensão continental, tem ciência e consciência de que as políticas de Gênero/raça/etnia, não pode se estabelece como políticas de minorias, vide o resultado do senso do IBGE de 2009/2010.

A CTB entende que o resultado da eleição de 2002 foi um marco na história do país do ponto de vista cultural, social e econômico. Entende também a mudança na vida da população brasileira, que se estabeleceu pela política inclusiva, desse governo que buscou valorizar a identidade e o pertencimento deste povo, a esse país constituído e construído por várias mãos, e braços de homens e mulheres, que em especial é negra.

Os avanços do governo Lula/ Dilma nos trouxeram como significado um governo democrático, sensível às dívidas e necessidades históricas dessa população. Então percebemos avanços, comprometimento e vontade política, e por esse motivo participamos de todas as lutas, bem como da pauta com o movimento social organizado. Nesse período em que comemoramos os dez anos de constituição da Secretaria Especial de Promoção de Igualdade Racial, a Lei de Cotas, o Estatuto da Igualdade Racial, a Lei 10.639, o ProUnie tantas outras políticas que se tornaram política de Estado.

Nós, trabalhadoras e trabalhadores da CTB, continuamos com a bandeira tremulando pela EMANCIPAÇÃO HUMANA, pelo direito à dignidade, pelo DIREITO de TER DIREITOS.

*Mônica Custódio é secretária de Igualdade Racial da CTB.