Central classista: CTB debate MP dos Portos e 3º Congresso
Terminou nesta sexta-feira (22) a 12ª reunião da Direção Executiva da CTB Nacional, realizada em São Paulo e iniciada na tarde da quinta-feira (21). Mereceram destaque no segundo dia do encontro a discussão sobre a Medida Provisória (MP) 595/12 (que altera a Lei dos Portos) e a adoção da certificação digital para entidades sindicais no Ministério do Trabalho.
Publicado 22/03/2013 22:04
Mario Teixeira, presidente da Federação dos Conferentes de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Consertadores e Trabalhadores de Bloco (Fenccovib), e diretor de Assuntos Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos (Conttmaf), fez a exposição da MP, seus prejuízos para os trabalhadores e o acordo fechado com o governo.
Para o dirigente portuário, apesar de o acordo ter sido fechado, os trabalhadores precisam se manter atentos já que o avanço dependerá da mobilização da categoria e o empenho dos representantes das centrais sindicais.
“O acordo foi fechado. Mas não quer dizer necessariamente uma vitória. Temos muito trabalho pela frente”, destacou Mário Teixeira, que fez uma clara exposição da situação dos Portos pelo mundo e as possíveis consequências que a nova Lei dos Portos pode trazer para o cenário nacional.
“Da forma que está a MP 595 pode acabar com os Portos Públicos em poucos anos, pois fomentaria a concorrência desleal com os terminais privados”, destacou.
Articulações junto ao MTE
Sobre a certificação digital, a advogada Zilmara Alencar esclareceu os procedimentos, suas vantagens e desvantagens. Em sua opinião, a implantação do sistema pode dificultar a criação de entidades sindicais, fortalecendo a unicidade sindical.
No entanto, a advogada destacou que alguns pontos precisam de ajustes e a negociação com o Ministério do Trabalho será primordial. Para ela, algumas portarias do MTE possuem itens que ferem a autonomia sindical.
“A dificuldade de criar novos sindicatos nos interessa. Somos contra a fábrica de sindicatos. A pulverização sindical que só enfraquece a luta dos trabalhadores”, afirmou Wagner Gomes ao final da fala da defensora.
Temas gerais e nova revista
Compuseram a pauta da reunião um balanço da 7º Marcha das Centrais Sindicais e dos Movimentos Sociais e do 12º Congresso nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, bem como um balanço do 11º Congresso da Contag. A Executiva também aprovou uma Moção de Apoio à Jornada de Lutas da Juventude.
No dia anterior, os dirigentes debateram os preparativos para o 3º Congresso Nacional e discutiram temas relacionados à representatividade de cada central sindical.
O lançamento da segunda edição da revista “Mulher D’Classe” encerrou o segundo dia da reunião. Em uma mesa composta majoritariamente por mulheres, Raimunda Gomes, a Doquinha, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB apresentou a nova edição aos presentes.
“Queremos que essa edição seja usada em debates dos próximos Congressos Estaduais e desperte na mulher a conscientização pela participação efetiva nos espaços de poder, seja nos sindicatos de base, nas federações ou centrais sindicais. E que seja utilizada também na construção de teses para o 3º Congresso Nacional da CTB, fomentando a participação feminina”, ressaltou Doquinha.
Para a dirigente cetebista, o objetivo é fazer da publicação um instrumento de discussão para a luta da mulher trabalhadora.
“Estamos fechando o março mulher com o lançamento de mais uma edição da Revista Mulher D’Classe e com a realização, pelo Fórum das Mulheres das Centrais, de um teatro ao ar livre, que visa levar à população as principais reivindicações das trabalhadoras: fim do fator previdenciário, licença maternidade de 180 dias, combate à violência contra a mulher e pela aprovação dos projetos que versam sobre a Igualdade de Direitos. Queremos que a população entenda a necessidade de apoiar essa luta”, finalizou.
Fonte: Portal CTB