Amazonas diz que falta de investimentos impede metrô 24 horas

“Ninguém em sã consciência pode ser contrário ao funcionamento do metrô o dia todo. Afinal, São Paulo é uma cidade que pulsa 24 horas e por isso, há trabalhadores dependendo do transporte público ininterruptamente, além da população em geral que quer poder circular na cidade usando o metrô”, disse Amazonas na quarta-feira, 20, na audiência pública sobre o funcionamento do metrô 24 horas por dia, realizada na Alesp a pedido dos deputados Leci Brandão (PCdoB) e Luiz Cláudio Marcolino (PT).

Alcides Amazonas em audiencia sobre metrô 24 horas - Priscila Lobregatte

Para ele, a medida auxiliaria tanto aqueles que trabalham na madrugada como aqueles que buscam diversão e poderia ajudar na redução de acidentes causados por motoristas embriagados na medida em que incentivaria o uso do transporte público.

Um dos problemas levantados durante o evento foi a questão técnica. Segundo Milton Joia, gerente de manutenção do Metrô de São Paulo, o intervalo entre 1 e 4 horas da manhã, quando a circulação fica interrompida, é necessário para garantir a manutenção das vias e composições.

Para Amazonas, no entanto, mesmo a questão técnica está submetida a um problema de ordem política. “De fato, a segurança não pode ser descartada. Porém, foi a falta de uma política eficiente de investimentos no aumento da malha e no aperfeiçoamento tecnológico que gerou essa situação”.

Segundo o deputado, se houvesse mais linhas, por exemplo, seria possível alternar, sem maiores prejuízos à população, a manutenção dos equipamentos. “É um problema político, uma questão de falta de investimento dos sucessivos governos tucanos. Da forma como está, a cidade fica menos democrática porque a mobilidade de seus cidadãos fica restringida, especialmente aos de menor poder aquisitivo”.

Amazonas lembrou ainda que a ausência de compromisso dos gestores públicos para com os transportes o levou, como vereador, a aprovar leis mantendo a profissão de cobrador – o que melhora o serviço e evita a dupla função do motorista – e exigindo que a frota de ônibus na capital passasse a ter motores traseiros ao invés de dianteiros – medida que resguarda a saúde de motoristas e usuários.

Segundo o parlamentar, “estes são aspectos relevantes que deveriam ser naturalmente adotados pela administração pública”. Agora, na condição de deputado, Amazonas reapresentou os projetos visando seu alcance em nível estadual.

“O que acontece hoje é que a população está pagando o preço da falta de investimentos num setor estratégico para uma metrópole do porte de São Paulo”, finalizou.

De São Paulo, Priscila Lobregatte