Altamiro Borges: A ameaça neonazista no Rio de Janeiro
Na semana passada, em plena comemoração do Dia Internacional da Mulher, o tradicional bairro da Lapa, no centro do Rio de Janeiro, foi coberto por cartazes da organização neonazista “Combat 18”.
Por Altamiro Borges, em seu blog
Publicado 13/03/2013 16:39
O número 18 é derivado das iniciais de Adolf Hitler. “A” e o “H” são a primeira e oitava letras do alfabeto. Um dos cartazes ameaçava: “Comunistas e subversivos, o Combat 18 está de olho em vocês… Ninguém será poupado… Estejam preparados, pois a única alternativa para vocês é a morte! Lixo vermelho, a sua hora chegou”.
Vários destes cartazes foram afixados nas colunas do prédio onde está situada a sede do PSTU. O sítio do partido lembra que o grupo neonazista teve a sua “origem na Inglaterra e tem seções em alguns países do mundo, inclusive no Brasil. “Ele é o braço armado do National Front, partido inglês de extrema direita nacionalista, fundado na década de 70. Nas eleições de 1979, ele recebeu mais de 190 mil votos. Em 2010, apresentou 17 candidaturas nas eleições gerais e 18 nas locais, não obtendo uma única representação”.
O Combat-18 possui ligações com os torcedores hooligans e uma rede de bandas que promovem músicas neonazistas, como o Blood&Honour (Sangue e Honra). O blog da seção carioca da organização exibe os “Códigos da Raça Ariana”; os “25 pontos do Partido Nacional-Socialista Alemão”; imagens de espancamentos de moradores de rua; e difunde “teorias” racistas e antissemitas. Em vários países, o grupo é vigiado pela polícia para evitar atos violentos e de vandalismo. Já no Brasil, eles colam cartazes nas ruas.
Ainda segundo o PSTU, o Combat 18 tem poucos adeptos no Rio de Janeiro e “não possui absolutamente nenhum lastro social. É um grupo de classe média, com integrantes que escondem seus rostos e praticam a covardia contra os que julgam seres inferiores”. Mesmo assim, o PSTU alerta que a organização é perigosa e anuncia que irá procurar outros partidos e os movimentos sociais para denunciar a sua atuação. “Iremos também prestar queixa na polícia”.
O alerta é importante. Basta lembrar que na mesma semana houve um atentado à bomba na sede da OAB do Rio de Janeiro e que setores fascistas andam incomodados com os rumos do país.