Flávio Dino: Tempos de Mudança
Andar pelo Maranhão visitando as comunidades é prática fundamental para quem almeja conhece-lo no rosto de nossa gente, na singularidade de cada município e no potencial que cada recôndito do Maranhão tem a desenvolver. As conversas que temos com cada um de nossos conterrâneos são fonte inesgotável de sabedoria e de reflexão. Cada qual com uma história de vida, de luta, de sofrimento e de superação; são eles os verdadeiros conhecedores do Maranhão como ele é.
Publicado 11/03/2013 09:16 | Editado 04/03/2020 16:47
Com todas essas experiências, penso que um dos retratos mais inaceitáveis é a desigualdade que ainda impera, pois continuamos nas últimas posições em todos os índices de desenvolvimento social e humano.
Recentemente, discutimos em Imperatriz a defasagem do ensino universitário no Maranhão; hoje somos o estado com menor percentual de adultos com formação superior (apenas 3,6% dos maranhenses possuem ensino superior completo). Então, por que ter apenas uma Universidade para atender a um estado tão plural?
Na verdade, precisamos da implantação de uma universidade em cada uma das regiões do estado, por exemplo para formar médicos que atendam os mais pobres. O quadro educacional fica ainda mais preocupante se observarmos que um em cada cinco maranhenses adultos ainda não foi alfabetizado.
O Maranhão precisa ser guiado por um projeto real de desenvolvimento. As promessas eleitorais de 4 em 4 anos, sempre iguais e repetidas há 50 anos, beneficiam apenas aqueles que estão no poder e se acham donos dos destinos do nosso povo.
Em substituição a esse modelo equivocado que quer se eternizar, o Maranhão deve ter uma política industrial democrática, apoiando as vocações reais da nossa economia, e rompendo com essa ficção dos grandes projetos salvadores que, quando saem do papel, concentram riqueza nas mãos de poucos.
É bom que tenhamos grandes empreendimentos, mas sem extorsões e demagogias salvacionistas, típica de quem usa investimentos privados para auferir ganhos pessoais e eleitorais.
Com essa interpretação sobre o Maranhão, estamos propondo uma virada de página que abra as avenidas da esperança ao nosso maravilhoso povo, que merece os primeiros lugares e o que há de melhor. Natural que os poderosos tentem desqualificar e até se apropriar dos caminhos da mudança. Mas, andando pelo Maranhão, dialogando com a sociedade, tenho fé de que a arrogância e o terror não irão se impor.
Por isso, concordo: vivemos tempos de mudança. De verdade.
Artigo publicado no Jornal Pequeno em 10/03/2013