Marcha das Mulheres percorre o Centro de Salvador
Mulheres, homens, jovens, crianças e idosos. Todos unidos por um único motivo: a defesa dos direitos das mulheres. Nesta sexta-feira (08/03), data em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, centenas de pessoas caminharam pelas ruas do centro de Salvador com o objetivo de chamar a atenção e conscientizar a população sobre a situação feminina na sociedade brasileira.
Publicado 08/03/2013 19:47 | Editado 04/03/2020 16:17
Sempre presente nas atividades femininas, a deputada federal e secretária Estadual de Mulher do PCdoB-BA, Alice Portugal, acredita que a marcha reafirma um compromisso das mulheres na luta pela emancipação e que firma as bandeiras e desafios a serem conquistados nos próximos anos, como reforma política, combate à violência e maior participação nos espaços de poder.
Para a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), a consciência das mulheres em relação aos direitos está crescendo. “As mulheres melhoraram a autoestima, passaram a ocupar mais espaço e tem contribuído mais para a economia. Hoje, 44% dos chefes de família são mulheres. Mas, os maiores desafios ainda são o combate à violência e mais espaço na política e no poder. Há um atraso cultural, que não condiz com o momento em que a sociedade vive. Precisamos reverter isso a partir de políticas públicas, ampliação do orçamento para o segmento. Temos que mudar a relação homem – mulher.”
Presente na caminhada, a coordenadora da União Brasileira de Mulheres (UBM), Daniele Costa, afirmou que a marcha veio para afirmar a luta feminina, que, apesar dos avanços, ainda necessita da reivindicação de uma reforma política para democratizar o espaço da mulher. “Nós somos mais de 50% do eleitorado e não representamos nem 10% do Congresso Nacional. Então, a política de cotas precisa ser aprimorada. É primordial o financiamento público das campanhas eleitorais, pois nós não temos a mesma condição de captar recursos como os homens.”
A ex-vereadora de Salvador, Olívia Santana (PCdoB), disse que a realização da marcha é importantíssima, pois ainda há uma dívida histórica muito grande com as mulheres. “Eu vejo essas marchas, essas caminhadas, como um cuidado com o legado deixado por 129 operárias que morreram assassinadas em Nova Iorque, lutando pela redução da sua jornada de trabalho, uma bandeira justa que é a do humanismo no mundo do trabalho”, afirmou. A luta política e a organização das mulheres podem garantir a emancipação de toda a humanidade. Então, essa é a essência do 8 de março.”
A secretária de Mulheres da CTB-BA, Rosa de Sousa, afirmou que a mulher precisa de condições para se sentir confortável na sociedade. “A trabalhadora é responsável pelo filho, pela família e ainda tem que dar conta de uma carga horária extensa e cansativa. Tem que ter escolaridade melhor do que a do homem para concorrer no mercado, mas mesmo assim ganha salários inferior e ocupa cargos periféricos nas empresas. É preciso proporcionar essas mudanças na sociedade.”
De acordo com o presidente do Comitê Municipal do PCdoB em Salvador, Geraldo Galindo, o partido tem história de participação ativa na luta pelos direitos das mulheres e o destaque de várias mulheres comunistas nesse campo de atuação. “Estamos aqui pela valorização, emancipação plena e contra qualquer forma de preconceito contra as mulheres.”
Para a militante do Fórum Baiano LGBT, Marina Garlen, a caminhada é fundamental, pois significa igualdade, respeito e comprometimento com as causas femininas. Para Marina, que é travesti, lutar contra homofobia, violência contra a mulher e qualquer tipo de discriminação é sempre importante em uma sociedade como a atual.
A marcha contou com representantes de partidos políticos, sindicatos, centrais sindicais, movimentos sociais e de mulheres, além da população que aderiu a caminhada.
De Salvador,
Ana Emília Ribeiro / Maiana Brito