Indústria: 63% dos setores produzem mais, indica IBGE
A produção industrial registrou um aumento de 2,5% em janeiro na comparação com dezembro, na série com ajuste sazonal, a maior neste tipo de comparação desde março de 2010, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Publicado 08/03/2013 10:33
O destaque ficou por conta do setor de bens de capital, que, depois de ter figurado entre os piores em 2012, começou o ano com alta de 8,2% sobre dezembro e 17,3% sobre janeiro do ano passado, puxado principalmente pelos setores ligados à indústria de caminhões e ônibus. A produção de bens de capital para equipamentos de transporte, segundo o IBGE, foi 61,3% maior na comparação anual, e a fabricação de caminhões entre janeiro de 2012 e de 2013 aumentou 206,4%. O avanço é resultado principalmente da crise que o setor sofreu no início do ano passado, quando novas regras de fabricação praticamente paralisaram produção e vendas.
Desconsiderado o desempenho de caminhões e ônibus, o resultado da PIM teria sido razoavelmente menor: segundo cálculos da LCA Consultores, feitos a pedido do Valor, a variação em relação a janeiro de 2012 de 5,7% cairia para 4%. Na comparação sobre dezembro, sairia dos 2,5% apresentados para 1%.
Apesar da forte ajuda de bens de capital, caminhões e automóveis, a produção industrial de janeiro também mostrou uma forte desconcentração. O índice de difusão – que mede o conjunto de setores que registrou aumento de um mês para outro – alcançou 63,3% em janeiro sobre dezembro, o maior percentual para esse mês em toda a série atual do IBGE, iniciada em 2003. "A alta da produção foi generalizada", afirmou o gerente da coordenação de indústria do IBGE, André Luiz Macedo.
O fim de férias coletivas, as reduções no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e em taxas de juros para a compra de bens de capital, e a baixa base de comparação ajudaram a produção industrial a crescer na passagem de dezembro para janeiro, disse Macedo.
Fonte: Jornal Valor Econômico