UBM Contagem exige justiça em ato em frente ao Fórum

Diferentes movimentos de mulheres realizaram manifestações em frente ao Fórum de Contagem (MG), onde ocorre o julgamento do ex-goleiro Bruno sobre o assassinato e ocultação do corpo de Eliza Samudio. Entre eles, a União Brasileira de Mulheres local (UBM Contagem). Nesta quinta (7), no quarto dia de interrogatório, a ré Dayanne Souza, ex-mulher do atleta, pediu para voltar a falar e disse temer o ex-policial José Laureano, o Zezé, por acreditar que ele está "envolvido da morte de Eliza.


Protesto em frente ao Fórum de Contagem (MG) / foto: divulgação UBM Contagem

Também participaram do ato, ocorrido na segunda (4), o Movimento Popular da Mulher (MPM), o Conlutas, a Coordenadoria da Mulher de Belo Horizonte, o Serjusmig, Sindicato dos Servidores da Justiça que aproveitou para denunciar a precariedade das condições de trabalho.

A expectativa do movimento de mulheres é de que esse simbólico julgamento seja a oportunidade da sociedade afirmar, através da decisão da justiça que “matar mulher não compensa”.

Quarto dia do julgamento

O ex-policial Zezé, apontado por Dayanne, não foi indiciado pela Polícia Civil nem denunciado pelo Ministério Público. As investigações contra o ex-policial começaram nos últimos meses depois que descobriram ligações telefônicas entre ele e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, nos dias em que Eliza e o bebê estiveram sequestrado. Para a promotoria, Zezé acompanhou o grupo que sequestrou Eliza desde o motel em Contagem (MG), no dia 5 de junho de 2010, até a data da morte da modelo, 10 de junho de 2010.

Dayanne afirma que Zezé fez ligações para ela logo depois de vir à tona o desaparecimento de Eliza.

Na quarta (6), o goleiro Bruno Fernandes admitiu pela primeira vez em público que eliza está morta. Mas afirmou que não mandou matar Eliza Samudio. O jogador apontou Luiz Henrique Romão, o Macarrão, como o contratante do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que assassinou Eliza, de acordo com relato do ex-goleiro.

Um grande aparato de mídia cerca o Fórum da cidade de Contagem,em Minas Gerais, desde a madrugada de segunda-feira (4) para acompanhar o julgamento do ex-goleiro Bruno acusado do assassinato e ocultação do corpo de Eliza Samúdio, sua ex-companheira.

O impacto que esse julgamento vem provocando é resultado não apenas do antigo prestígio do ex-goleiro e do seu time. Têm sido frequentes as manobras dos advogados para fracionar a apreciação do crime em conjunto e com isso diluir responsabilidades e reduzir as penas.

Ressalte-se aqui a firmeza com que a Juiza Marixa Rodrigues e o Promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro vêm se conduzindo, garantindo que os acusados se mantenham presos para aguardar o julgamento.

Mais do que um julgamento de impacto midiático, o que está em jogo é a compreensão da crueldade com que o assassinato de Eliza Samúdio foi realizado. As circunstâncias que até agora foram sendo reveladas, com aspectos quase macabros que teriam levado ao desaparecimento do corpo são a demonstração de que ali não havia limites para a efetivação do crime.

Com gabinete da deputada Jô Morais (PCdoB)