Em artigo, Aladilce pede o fim da violência contra a mulher

Basta de Violência contra a mulher

A melhoria das condições de vida, o avanço do mercado de trabalho, a ampliação do acesso à universidade, a Lei Maria da Penha e o desenvolvimento de políticas públicas de apoio à mulher ainda não foram suficientes para reduzir a violência contra o gênero.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, em Salvador, nos primeiros 50 dias do ano, foram registradas 1.702 ocorrências de violência contra a mulher, sendo 696 apenas no carnaval. Os dados computados nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, situadas em Brotas e em Periperi, revelam que no período foram registrados, em média, 34 casos de violência de gênero na cidade.

Em 2012, foram registradas nessas delegacias 10.352 queixas. Para além dos números, a situação assusta pela crueldade das ocorrências. Diariamente vemos notícias de mulheres brutamente espancadas, esfaqueadas, baleadas e violentadas. Os crimes, em sua maioria, são praticados pelos companheiros no próprio ambiente doméstico, local que, supostamente, deveria ser o mais seguro para as mulheres. 

As agressões são justificadas por ciúmes, sentimento de posse, demonstração de superioridade. A causa, no entanto, é o que menos importa, urgente e relevante é alterar a relação homem-mulher na nossa sociedade. O esforço articulado e permanente de órgãos do Estado e instituições da sociedade civil é fundamental para mudar este panorama. 

Precisamos ampliar e qualificar as Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher, implantar novas varas de violência doméstica e familiar, Centros de Apoio à Mulher e Crianças em situação de violência doméstica e outras medidas capazes de inibir as agressões. Para fortalecer a luta pelo fim da violência contra mulher, será assinado na próxima segunda-feira (11), por iniciativa da vereadora Fabíola Mansur, o termo de compromisso da capital baiana com a campanha "Quem Ama Abraça", na Sessão Especial em Homenagem ao Internacional da Mulher, comemorado dia 8 de março.

A atuação no plano da subjetividade também é fundamental. Além das campanhas educativas, é necessário desenvolver atividades intersetoriais, de caráter permanente, em todas as instituições educacionais, da saúde, segurança, assistência social e transformar agentes públicos em sujeitos e atores da reflexão contra esse tipo de agressão.

Da mesma forma, as entidades feministas – que já cumprem esse papel – devem se juntar aos sindicatos, às associações de moradores, instituições religiosas e outras organizações para que possamos construir coletivamente novas relações entre homens e mulheres baseadas na afetividade, respeito, solidariedade e verdadeiro amor. Basta de violência!

*Aladilce Souza, vereadora (PCdoB) e vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher”.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro