Vanessa defende maior investimento em pesquisa no Amazonas

Em discurso nesta quinta (28), no Senado, em homenagem aos 46 anos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) cobrou do governo federal maior investimento no Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA). A senadora afirmou que, ao longo desses anos, a Zona Franca tem estimulado o desenvolvimento da região, com “viabilidade econômica e melhoria da qualidade de vida das populações locais”.

Segundo ela, o CBA precisa de um empurrão a mais. “É necessária uma decisão urgente sobre o seu modelo de gestão, porque, até hoje, ainda não se tomou uma decisão”. Ela lembrou que os integrantes do comitê interministerial já foram nomeados, mas não se avançou na definição do modelo.

“Nós lutamos muito pela criação e instalação de um polo de cosméticos, porque o cosmético se faz a partir da matéria-prima local, e isso é muito importante para que possamos nos desenvolver”.

E lembrou que “o próprio Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio tem deixado muito claro que é preciso, além do fortalecimento da Zona Franca, investir, desde já, na nossa natureza, na nossa vocação natural; aproveitar o modelo Zona Franca para investir nos setores que representam a nossa vocação”, discursou.

Cenário promissor

Vanessa explicou que as indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus, base desse modelo, apresentam baixo impacto ambiental e contribuem para a preservação de aproximadamente 98% da floresta nativa do Amazonas.

Atualmente, acrescentou a senadora, a Superintendência da Zona Franca (Suframa) atua nos polos comercial, industrial e agropecuário, integrando toda a região amazônica – inclusive os estados do Acre, Rondônia e Roraima – para inseri-la de forma competitiva no mercado internacional.

Em 2012, revelou, as empresas incentivadas do Polo Industrial de Manaus fecharam o ano com faturamento superior a R$73 milhões, apesar da crise econômica mundial. De acordo com a Suframa, o número está 6,4% acima do faturamento do ano de 2011. Os bens de informática cresceram 26% entre os dois períodos e representam, sozinhos, 11,5% de todo o faturamento da Zona Franca.

Outro dado positivo citado pela senadora relaciona-se à geração de empregos. Em dezembro do ano passado, havia quase 117 mil postos de trabalho diretos, sendo a média anual de mais de 120 mil empregos. O número supera em 3% a média relativa de 2011, que já tinha sido considerado o melhor ano da história da Zona Franca.

Tributos

Vanessa Grazziotin disse ainda que dados da Receita Federal e indicadores da indústria apontam que o Amazonas sozinho participa com mais da metade de toda a arrecadação de impostos da Região Norte.

“Isso mostra que ela [a Zona Franca] não é tão franca assim, porque lá se paga muito tributo. Lá se recolhe Imposto de Renda, se paga PIS, Cofins, taxa de administração da Suframa – que também é uma taxação, um tributo federal – e que tem contribuído, nos últimos anos, para compor o superavit primário, o que nós gostaríamos que fosse diferente, porque deveria ser um recurso a ser investido no estado do Amazonas, no Acre, em Roraima, no Amapá e em Rondônia”, defendeu.

A senadora contabilizou que, para cada real incentivado na região, se arrecada, de tributo federal, R$ 1,37. O número comprovaria, em sua avaliação, o quanto a política de desenvolvimento regional é benéfica não apenas para a região, mas também para todo o país. No entanto, lamentou, alguns setores políticos e empresariais do país ainda insistem em “ignorar essa realidade”.

Da Redação em Brasília
Com Agência Senado