Greve na Peugeot da França completa 45 dias, muitos sem salários
Trabalhadores de uma fábrica de automóveis da corporação francesa PSA Peugeot Citröen completam, nesta sexta-feira (1), 45 dias consecutivos de greve para defender seus empregos, ameaçados pelo projeto da empresa de reduzir seu pessoal.
Publicado 01/03/2013 09:48
Cerca de 500 assalariados da planta localizada na comunidade de Aulnay-sus-Bois, na periferia norte de Paris, mantêm paralisadas as oficinas em recusa ao plano de reestruturação da empresa, que prevê despedir 8.000 operários nos próximos três anos.
O programa inclui o fechamento, em 2014, da fábrica de Aulnay, onde trabalham cerca de 3.000 pessoas, com o pretexto de compensar a baixa na demanda do mercado europeu de veículos.
Jean Pierre Mercier, delegado da Confederação Geral do Trabalho, explicou que depois da greve prolongada a situação dos grevistas é difícil, porque os chefes suspenderam os salários a partir da segunda quinzena de janeiro.
“Depois de tanto tempo a gente começa a inquietar-se pela forma como vai saldar as suas contas, o aluguel, a alimentação e outras necessidades,” disse Mercier.
De acordo com o dirigente da confederação, graças ao apoio de milhares de pessoas em todo o país, que enviam contribuições para criar um fundo comum, foi possível entregar na véspera um salário simbólico aos participantes do protesto e saldar assim seus compromissos mais urgentes.
Se trata de um belo gesto, disse Mercier, pois enquanto a direção da Peugeot os trata como delinquentes e mantem as oficinas rodeadas pela polícia, muita gente não vê mais que um grupo de pais de família em luta para defender seus postos de trabalho.
Ao projeto da PSA Peugeot Citröen se somou outro similar, da Renault, que já anunciou a eliminação de 8.000 empregos até 2016, pelo procedimento de não substituir aos que renunciem de forma voluntária ou que se aposentem.
Outras grandes empresas, como Air France ou a corporação farmacêutica Sanofi também empreenderão, a partir deste ano, uma drástica redução de efetivos para baixar seus custos e conservar os ganhos de seus acionistas.
O desemprego cresce na França há 21 meses consecutivos, e neste período afeta quase 3,2 milhões de pessoas.
Fonte: Prensa Latina
Tradução da Redação do Vermelho