Governo colombiano e Farc-EP finalizam quinto ciclo de diálogos
O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) finalizam nesta sexta-feira (1) seu quinto ciclo de diálogos de paz, em meio a expectativas pelo critério das partes sobre a condução das negociações.
Publicado 01/03/2013 10:43

A mais de 100 dias do início, em Havana, capital cubana, de uma nova tentativa de colocar fim a décadas de conflito armado, a mesa negociadora fará uma nova pausa no processo, centrado no tema das terras, em que os interlocutores coincidem em considerar como o ponto de origem e aprofundamento das hostilidades.
Nos últimos dias, as conversas estiveram rodeadas das suas maiores tensões, a partir de advertências do Governo do presidente Juan Manuel Santos de levantar-se da mesa se não se produzissem avanços e acusações contra os insurgentes a respeito de sequestros.
As Farc-EP responderam com chamamentos à sociedade colombiana para que defendam a continuidade do diálogo de paz, para evitar que o Executivo “empate” a mesa.
Até o momento, as partes emitiram valorações positivas sobre a marcha do processo, embora haja claras diferenças expressas em torno de questões como o cessar-fogo, a política agrária e a captura de militares. A guerrilha propõe um cessar-fogo bilateral das hostilidades, mas o Governo de Santos descarta este cenário por considerar que seria o passo final, de conseguir-se a tão ansiada paz pelos colombianos.
Com relação à política agrária, as Farc-EP apresentaram um pacote de iniciativas direcionadas a levar justiça social ao campo colombiano, o que o oficialismo respondeu ter como seu próprio programa, e que a insurgência deve ganhar nas urnas se aspira ter uma agenda de governo.
As maiores polêmicas correspondem, possivelmente, ao tema da captura de militares, que a administração Santos qualifica de sequestro, enquanto as Farc-EP as considera resultado das ações combativas.
O governo colombiano nega-se a dar o status de parte beligerante à guerrilha, pelo que não aceita o termo de “prisioneiros de guerra” nem as propostas insurgentes de “regularizar o conflito”, ou de dar-lhe legalidade.
Apesar deste cenário complexo, os interlocutores reiteraram seu compromisso com a busca pela paz, em um processo que tem Cuba e Noruega como garantidores.
Durante ciclos anteriores de diálogos avançou-se no tema da participação da sociedade colombiana nas conversações, com ações como um fórum agrário em Bogotá, com a presença de vários setores, a ativação de uma página de internet para a recolha de opinião dos cidadãos e a consulta a especialistas.
Além do assunto da terra, a mesa instalada no passado 19 de novembro, no Palácio de Convenções de Havana, tem na agenda o problema do narcotráfico, a participação política, o fim do conflito armado a atenção às vítimas e os mecanismos de verificação e referendo do que for alcançado no diálogo.
Fonte: Cuba Debate
Tradução da Redação do Vermelho