Publicado 27/02/2013 11:02 | Editado 04/03/2020 17:14
O dia de palestras e debates trouxe momentos emocionantes com o relato do que viveram as mulheres candidatas na última eleição, ficando a marca das duplas e triplas jornadas de trabalho que afeta grandemente as candidaturas femininas de um modo geral. Já na mesa de abertura Angela Albino, presidenta estadual do PCdoB e candidata a prefeita em Florianópolis, Sara Ternes candidata, candidata a vice prefeita em Itajaí e Edna Benedet vereadora eleita em Içara pontuaram questões especificas, algumas inusitadas, que diferencia e dificultam o êxito eleitoral das mulheres como por exemplo o fato de não contarem com a parceria da manutenção da estrutura doméstica para que nós mulheres possamos nos dedicar integralmente a campanha o que comumente ocorre com os homens que têm a certeza que a companheira vai se responsabilizar pelas crianças todo o restante da vida cotidiana familiar.
Contamos com as palestrantes Clair Castilhos e Olivia Rangel para o debate “A evolução da condição das mulheres na sociedade” que apresentaram um recorte histórico da luta das mulheres ao longo dos séculos, elucidaram que numa sociedade capitalista patriarcal a luta superação de toda forma de opressão precisa de analise continua no que atenta a discriminação sobre as mulheres. Clair Castilhos considera o que vem se consolidando como recorrente em pesquisas e avaliações filosóficas: as mulheres se constituem num dos raros movimentos que conseguiram fazer uma revolução em sua condição, transformar praticas e comportamentos anteriormente tido como convencionais e hoje totalmente vencidos como o direito de estudar, trabalhar e ter uma vida pública. Apesar de todas as conquistas ainda muitos desafios precisam ser superados, porém Luta é substantivo feminino conclui Olivia Rangel e nós persistimos.
A Participação política das mulheres e o processo político eleitoral foi a abordagem feita por Simone Lolatto e Raquel Guisoni na última mesa deste dia que passou tão rápido entre os debates. Apesar de termos tido mais de 30% de mulheres candidatas as dificuldades relatadas pelas presentes, enfrentadas nas batalhas eleitorais, são parte da justificativa de terem feito apenas 13% dos votos entre as candidaturas do PCdoB as câmaras municipais. Dentre 985 vereadores/as do PCdoB eleitos/as apenas 133 são mulheres. O que de fato demonstra, criticamente, que aumentamos significativamente na quantia de parlamentares mulheres, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. É fato que conquistamos muito, mas não estamos satisfeitas, queremos mais e buscamos isso todos os dias em nossas casas, famílias, na sociedade e no Partido.
Dentre as ações levantadas e que serão encaminhadas já no primeiro semestre de 2013 estão: – campanha de filiação de mulheres ao PCdoB , – atividades como Encontros Regionais de Mulheres do PCdoB, – garantia da participação das mulheres comunistas nas atividades de formação do Partido, e – incentivo e preparação para que mais mulheres façam parte das direções partidárias a partir do segundo semestre quando nosso Partido passara pelos processos de Conferências e mudança de direção nos níveis municipal, estadual e nacional.
Assim, seguimos o trabalho coletivo, acreditando no PCdoB e na luta pela emancipação da mulher como parte integrante da emancipação humana, reforçamos as deliberações de nossa 2ª Conferência Nacional sobre a Emancipação da Mulher: compreendendo que “um Brasil com equidade entre homens e mulheres é parte do projeto de desenvolvimento com promoção da distribuição de renda, a valorização do trabalho, a ampliação da democracia e a superação das desigualdades e discriminações de todos os tipos. Não haverá avanço civilizacional no país enquanto não houver ruptura nos padrões vigentes na vida das brasileiras” (p. 48). E que venha o socialismo!