EUA convocam oposição para reunião dos "Amigos da Síria"
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, nesta segunda-feira (25) chamou a coligação da oposição síria para que participe da reunião do grupo auto-denominado "Amigos do Povo Sírio", marcada para a próxima quinta-feira (28), em Roma. A coligação havia anunciado que não participaria da reunião.
Publicado 26/02/2013 08:24
O grupo que se auto-denominou "Amigos da Síria" (ou "Amigos do Povo Sírio") reúne mais de uma centena de países ocidentais e árabes, organizações internacionais e representantes da oposição síria, em postura vista por muitos analistas como improdutiva e ingerente, por interferir no conflito a favor de uma das partes contra o governo sírio.
"Apelo à oposição síria para se juntar a nós por razões práticas, para nos informar", declarou John Kerry, durante coletiva de imprensa com o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague. "Este é o momento certo para ver o que podemos fazer", acrescentou.
"Quero que os nossos amigos da oposição síria saibam que não vamos a Roma apenas para falar. Vamos a Roma para tomar uma decisão sobre as próximas etapas, mesmo que eu sublinhe que os Estados Unidos continuam a tentar procurar uma solução política", destacou o secretário de Estado, embora as opções pela via militar contra o governo do presidente Bashar Al-Assad tenham sempre se ressaltado.
Kerry disse que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está "preocupado com a questão" e o enviou a Roma para refletir sobre as medidas que devem ser tomadas.
Entretanto, o secretário de Estado enfatizou que os mísseis que deixaram 29 mortos e dezenas de feridos na sexta-feira (22) em Alepo são "mais uma prova de que Assad deve sair do poder", declaração que mantém uma interferência improdutiva nos assuntos políticos internos da Síria por parte dos EUA.
As declarações do conjunto "Amigos da Síria" têm causado reações que rejeitam a interferência externa e relembram a necessidade de um diálogo interno entre as partes na guerra civil, sem as medidas extremas (como sanções contra o governo ou uma intervenção militar) por parte do Ocidente.
Por outro lado, o governo sírio tem reiterado suas proposições de diálogos e reformas, ao mesmo tempo que rechaça os intentos intervencionistas do imperialismo estadunidense e seus aliados da União Europeia no mundo árabe.
Com Agência Brasil