Daniel defende modelo de transporte multimodal para o Nordeste
O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) fez discurso no Plenário da Câmara, neste quinta-feira (21) para trazer para o Parlamento a discussão sobre o modelo de transporte multimodal, utilizando a hidrovia do rio São Francisco. O tema foi debatido em seminário realizado na Bahia e, segundo o parlamentar, “é um projeto importante que merece a atenção intergovernamental e o envolvimento de diferentes atores que podem influir, apoiar, contribuir ou decidir sobre sua implementação”.
Publicado 22/02/2013 13:47
E anunciou a disposição de propor, na Câmara, ainda este semestre, a implantação do corredor multimodal no São Francisco. “Meu convite é para que possamos unir esforços políticos no legislativo para deslocar recursos e apoiar o governo federal e estadual, de forma a apressar tal empreendimento”.
Daniel Almeida (foto) destacou que estudo da Fundação Dom Cabral, divulgado em outubro de 2012, mostra que a ineficiência logística custa 165 bilhões de reais por ano ao Brasil. E que para 70% das empresas consultadas pela Fundação Dom Cabral, a integração do transporte rodoviário com outros meios seria a melhor maneira de reduzir estes custos.
“É preciso, pois, urgentemente, repensar o atual modelo de transporte brasileiro, que tem demonstrado muita ineficiência, além do alto custo operacional, sob pena de sofrermos uma estagnação em nosso crescimento econômico”, afirmou.
Apesar de possuir uma boa malha hidroviária, se comparado com outros países do mundo, a participação das hidrovias na atual matriz de transporte de cargas é ainda modesta, em torno de 10%, enquanto que o transporte rodoviário representa 60%, explica ainda o parlamentar em defesa da multimodalidade, que permite a utilização de mais de um meio de transporte com uma mesma ordem de transporte.
“Com o sistema multimodal, tem-se uma melhor utilização da capacidade disponível da nossa matriz de transportes, utilização de combinações de modais mais eficientes energeticamente, melhor utilização das tecnologias de informação, ganhos de escala e negociações do transporte, melhor utilização da infraestrutura para as atividades de apoio, tais como, armazenagem e movimentação, aproveitamento da experiência internacional tanto do transporte como dos procedimentos burocráticos comerciais e redução de custos indiretos”, explica Daniel, enumerando as vantagens do modelo.
Ele destaca ainda que “este empreendimento promoveria um grande salto de desenvolvimento para uma grande região. O corredor do rio São Francisco é composto – a princípio – pelos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará, norte de Minas, sul do Piauí e sul do Maranhão. Abrangerá uma área de influência que apresenta correlacionados os fatores econômicos, sociais e demográficos.”
De Brasília
Márcia Xavier