Inácio Arruda quer mudança na economia para garantir crescimento
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE-foto) defendeu nesta terça-feira (19) um amplo debate sobre o modelo de desenvolvimento econômico e social do Brasil. Uma responsabilidade que, segundo ele, deve ser desenvolvido em parceira entre o Congresso Nacional e o Poder Executivo. Ao sair da solenidade de anúncio de novas regras do Programa Bolsa Família, o senador elogiou as medidas do governo e cobrou avanços na economia brasileira.
Publicado 20/02/2013 12:05
“O debate sobre o modelo de desenvolvimento econômico e social é responsabilidade nossa e da Presidente, que vem fazendo um grande trabalho, um extraordinário trabalho! O ato da Presidente editado hoje (ontem), pela manhã, é demonstração da coragem, da firmeza e da decisão que deve avançar na área econômica”, avalia o senador.
Inácio Arruda explicou que existe uma "trinca nociva" – a combinação do superávit primário, o câmbio que deprecia a moeda e os juros altos – que conduzem a política econômica brasileira e impede uma maior desenvolvimento. Segundo ele, "(a trinca) funciona contra o país e contra a ampliação da atenção que o governo deve dar aos problemas sociais".
Ao elogiar o projeto do governo federal de erradicação da miséria, ele sugeriu a associação com o programa de erradicação do analfabetismo. O parlamentar disse que é preciso olhar "mais estrategicamente", para também garantir o fim da dependência dos brasileiros a esses programas sociais.
“A política econômica nos faz patinar em taxas de crescimento muito pequenas diante das necessidades do nosso país na educação, saúde, questão ambiental e tecnologia”, afirmou.
Para ampliar o programa Bolsa Família, o governo federal anuncia busca ativa, que vai em busca da família miserável, que, muitas vezes, não tem sequer condições de buscar o próprio programa de assistência. “Eu quero associar a esse programa uma proposta que fizemos no Conselho Político com a Presidente Dilma: vamos usar o instrumento da busca ativa para localizar os analfabetos do nosso País, associando o programa de erradicação da miséria à erradicação do analfabetismo”, afirmou o senador comunista.
Veneno na economia
Ele falou detidamente sobre a macroeconomia brasileira que, segundo ele, “é uma espécie de veneno na economia nacional: um câmbio que se busca depreciar quase que de forma permanente; um superávit que não é praticado por nenhuma nação desenvolvida nem pelas que estão em desenvolvimento; e a manutenção de uma política de altos juros – mesmo com todas as medidas adotadas pelo Governo no sentido de baixar a taxa de juros, a nossa continua figurando entre as mais altas do mundo”.
“Eu cito essas três questões para mostrar o tamanho do enfrentamento que temos de realizar se quisermos manter programas sociais distribuidores de renda e, ao mesmo tempo, aumentar a riqueza produzida no País”, explicou Inácio.
Ele acredita que “não é tarefa pequena enfrentar juros, superávit primário e um câmbio que a toda hora sofre pressões gigantescas para ser apreciado no sentido de facilitar a entrada de mercadorias e não a saída de mercadorias em nosso País”, disse, inisistindo na necessidade de uma discussão aprofundada sobre o assunto.
“Essa trinca funciona contra o País e funciona contra os programas sociais, funciona contra o alargamento da atenção que o Governo deve dar à educação e à saúde em nosso País”, afirmou, para convencer os parlamentares que o ouvia em discurso, de que “mantida essa política, nós podemos começar a patinar em taxas de crescimento muito pequenas diante da necessidade do nosso País, necessidade conjunta, em todas as áreas: a educação, a saúde, a questão ambiental, a tecnologia, para tratarmos de avançar nas áreas sensíveis, onde nós ainda temos grandes dificuldades”, finalizou.
De Brasília
Márcia Xavier