Brasiliense é preso por manter site preconceituoso
Marcelo Valle Silveira Mello foi condenado pela Justiça Federal, Seção Judiciária do Paraná, a seis anos e sete meses de prisão em regime semiaberto, além de multa de aproximadamente R$ 4 mil, pelos crimes de indução à discriminação ou preconceito de raça; incitação à prática de crime; e publicação de fotografia com cena pornográfica envolvendo criança ou adolescente.
Publicado 19/02/2013 09:44 | Editado 04/03/2020 16:40
O analista de sistemas foi preso em Curitiba, em março do ano passado, na Operação Intolerância, da Polícia Federal. Ele e o comparsa, Emerson Eduardo Rodrigues, mantinham um site que pregava o ódio a negros, nordestinos, judeus, gays e mulheres.
Marcelo vai cumprir pena em regime semiaberto, mas como ainda cabe recurso, a prisão preventiva foi mantida. Assim, ele continua preso na Penitenciária de Piraquara (PR) até não poder mais recorrer da decisão judicial.
A sentença do juiz federal substituto Tiago do Carmo Martins corria em segredo de justiça, mas foi divulgada ilegalmente na internet. Além do veredito, vazaram as transcrições dos depoimentos dos réus e das testemunhas de defesa. A Justiça Federal investiga quem teria publicado os vídeos sem autorização.
Diante do tribunal, Marcelo negou as acusações. Ele afirmou que foi contratado por pessoas na internet para hospedar o site e que desconhecia o conteúdo da página. Eu não tenho conhecimento de tudo que meus clientes fazem.%u201D O brasiliense disse que era pago pelo serviço por uma pessoa identificada apenas como Ministro Claudio. Quando questionado sobre o motivo de a página ser hospedada nos Estados Unidos, Marcelo afirmou que era por ser mais barato e não para despistar possíveis investigações policiais. Apesar das negativas do réu, o juiz acatou as denúncias do Ministério Público segundo as quais o réu alimentava e controlava a página de ódio.
Além de manter a página com conteúdo misógino, ele e Emerson são acusados de planejar uma chacina de estudantes do curso de Ciência Sociais da Universidade de Brasília. Com Marcelo Valle, a PF encontrou o mapa de uma casa no Lago Sul onde são realizadas festas universitárias. Foram confiscados mais de R$ 500 mil da conta do brasiliense. O dinheiro viria de doações de simpatizantes da causa defendida por Marcelo e serviria para financiar o atentado. O caso ainda será julgado, mas Marcelo foi questionado sobre o ódio contra alunos da UnB. Ele negou ter qualquer problema com os estudantes. Eu estudei lá por um breve período, em 2005. Se existe alguém que tem algo contra mim lá, eu, pelo menos, não tenho nada contra ninguém, afirmou.