Governo e Farc concordam que é preciso dar terra aos camponeses

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) defenderam, nesta segunda-feira (18), o direito do povo de definir suas próprias políticas e estratégias sustentáveis de produção, comercialização e consumo de alimentos.

O chefe da delegação guerrilheira, Ivan Márquez, apresentou, em Havana, as dez propostas mínimas para garantir a soberania alimentar e uma vida melhor para a população.

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O programa se refere a uma oferta suficiente, estável, saudável e ambientalmente sustentável de alimentos para o consumo, com base na produção camponesa, individual, coletiva ou associativa.

Também abordou a necessidade de proporcionar proteção, estímulo e subsídio para a produção camponesa de alimentos e também as economias de comunidades indígenas e afrodescendentes. A ideia é conseguir encadeamentos entre diversos modelos de produção, com uma coexistência sustentável no equilíbrio entre economia camponesa, agroindústria e criação de gado.

Pediu também um relacionamento equitativo entre produtores rurais e consumidores urbanos, mediante um sistema de compras estáveis, regionais e locais.

Ao finalizar o último ciclo dos diálogos, as Farc e o governo colombiano anunciaram que chegaram a pontos em comum sobre a proposta de dar acesso progressivo à terra ao maior número possível de colombianos sem-terra.

O chefe da delegação governamental, Humberto de la Calle, ressaltou que para chegar o fim do conflito armado, que tem mais de 50 anos de existência, é fundamental uma transformação no campo.

“Como disseram o presidente Juan Manuel Santos e o ministro de Agricultura, Juan Camilo Restrepo, a construção de uma paz estável e duradoura passa necessariamente pela transformação do campo, uma das principais variáveis é o acesso dos camponeses à terra”, disse.

De la Calle expressou também a vontade governamental de elevar a qualidade de vida dos colombianos que habitam as zonas rurais, garantindo o acesso a bens públicos como saúde e educação.

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