Aldo Rebelo: "Carnaval dá o ritmo da Copa"

É quase um bordão, a qualquer problema no aeroporto, no hotel ou no trânsito, alguém na multidão dizer “quero ver é na Copa” ou “imagina na Copa…” Embora se trate de minoria de diversas inspirações, que variam da reclamação justa ao humor da ocasião, os que projetam o agravamento de nossas insuficiências durante a Copa do mundo de 2014 deixam de observar que o Brasil tem capacidade de organizar um torneio impecável, como já o fez em 1950, e prova com o megaevento do Carnaval.

 Por Aldo Rebelo*

Só o Rio de Janeiro recebeu aproximadamente 850 mil turistas, dos quais 250 mil estrangeiros. A Salvador foram meio milhão de forasteiros, enquanto por Olinda e Recife, para citar apenas os grandes polos carnavalescos, passaram mais de um milhão de foliões originários de outras cidades. Em contra partida, o Ministério do Turismo, estima que os estrangeiros esperados para o Mundial de futebol oscilem em torno de 600 mil, enquanto três milhões de brasileiros viajarão pelo país ao longo da competição.

Tanto quanto uma Copa, o Carnaval demanda a regularidade de aeroportos, rodoviárias, sistema de mobilidade urbana e hotelaria. Um país que realiza uma festa nacional em que muitos milhões de pessoas cruzam o seu território em uma semana não precisa inventar a roda para realizar um evento do qual se acumula experiência desde 1930, quando se fez no Uruguai.

Nada se faz exclusivamente para a Copa, mas o torneio inspirou ou apressou obras que servirão ao povo brasileiro. Por óbvio, um conjunto de empreendimentos de tanta magnitude traz contratempos e embute imprevistos a que ninguém está imune. Agora mesmo, a final do campeonato de futebol americano, o Super Bowl, o maior evento esportivo dos Estados Unidos, país rico tido como modelo de organização, foi denegrido por um apagão de 36 minutos no estádio de Nova Orleans. Trabalhamos para não oferecer exemplo semelhante.

Aldo Rebelo é Ministro do Esporte, deputado federal licenciado pelo PCdoB.

Fonte: Diário de S. Paulo