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Postura da Coreia Popular é uma resposta às ações imperialistas

Em entrevista à  Rádio VermelhoRicardo Alemão Abreu, secretário nacional de Relações Internacionais do PCdoB, salientou sobre a investida imperialista na Coreia Popular, durante participação no programa "Ideias e Debates". "Os ataques à República Popular Democrática da Coreia (RPDC) possuem um único objetivo, submeter àquela nação aos ditames do imperialismo", frisou. 

Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo

Para Alemão, como é conhecido, o que está em jogo é a luta política e a manutenção da hegemonia das nações imperialistas, isso responde todos os ataques. "A discussão não é vetar os países que desenvolvem energia nuclear, mas sim, desarmar àqueles que, historicamente, alimentam seus arsenais para fomentar o terror no mundo", pontuou.

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“O PCdoB defende a posição do desarmamento, de fim das armas nucleares no mundo. É como coloca o Irã: energia nuclear para fins pacíficos para todos que quiserem, e armas nucleares para ninguém. Então, se os EUA criticam a Coreia Popular por isso, devem iniciar a suspensão de suas pesquisas no setor, e pôr fim às suas armas que estão apontadas para nações como a Coreia Popular e a China. A norma deve ser para todos, e não somente para aqueles que, historicamente, foram oprimidos. Como e o caso do Irã e da RPDC”, refletiu o secretário.

Ele lembrou da sua ida à Coreia, em 2012, e citou explicação sobre o por quê de se desenvolver armas nucleares na RPDC. “Em reunião com o secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista da Coreia Popular, ele explicou que o país entende que as nações imperialistas só invadiram nações que não possuíam esta tecnologia, e citou o caso da Líbia. Defendemos a paz, mas também defendemos nossa nação”, resgatou o secretário.

“A RPDC entende que sinalizar que está pronta para defender seu território da pilhagem imperialista, para defender sua soberania, é uma posição que qualquer nação no mundo assumiria. Eles entendem, e nós também, que nenhum país quer sofrer o que a Líbia sofreu”, disse Alemão. Ele acrescenta que "não são novidade os ataques à Coreia Popular. Como também não são novas as constantes agressões por parte do imperialismo, através de uma campanha sistemática, para destituir o atual governo e instituir um governo pró-imperialista, como é do da Coreia do Sul".

O dirigente explica que a Coreia Popular desenvolve um programa nuclear para fins de dissuasão, ou seja, de autodefesa. Mas, segundo Alemão, esta tecnologia só foi desenvolvida para responder aos contínuos ataques perpetrados pelas nações a serviço do imperialismo, em especial para responder aos ataques dos EUA.

“É importante dizer que na Coreia do Sul estão instaladas diversas bases militares, com dezenas de mísseis, com armas nucleares, voltados para a Coreia Popular e para a China. Diante disso, a autodefesa é justa, não?”, questionou o dirigente.

Papel da mídia

Segundo ele, ao contrário do que é divulgado pela mídia internacional, a proposta de política internacional da RPDC não é a guerra, mas sim, a paz. E cita que a RPDC propõe, inclusive, um tratado de paz e reunificação, de maneira confederada, das Coreias.

“Haveriam dois países, dois sistemas – um em transição ao socialismo e outro capitalista –, propondo até a reunificação dos povos que foram separados pela guerra. Mas, que fique registrado: nem os EUA e nem a Coreia do Sul aceitaram esta proposta”, explicou.

“A cobertura da mídia é completamente distorcida, completamente falseada e mentirosa. Chega a ser revoltante ver e ler o que a mídia internacional hegemônica fala daquela nação”, disparou.

Sanções em 2012

Sobre as sanções imputadas a RPDC, ele explicou que outro fator que motivou sanções à Coreia Popular foi o lançamento, no final de 2012, de um satélite. “A Coreia Popular avançou muito na área de tecnologia espacial, o que é um grande feito pra qualquer nação. E isso não agradou em nada nações como a Coreia do Sul e os EUA.”

Ricardo Abreu lembrou que “a RPDC é um dos mais bloqueados do mundo, talvez tanto ou mais do que Cuba. Desde 1953, um bloqueio político, econômico e cultural permanente, que inviabilizou o desenvolvimento econômico e social daquela nação”.

A mesma postura não é tomada com nações como Israel, que descumpre, constantemente, decisões da Organização das Nações Unidas (ONU), que possui armas nucleares e não é punida, ou mesmo notificada, por suas ações. “Quando se tenta alguma sanção contra Israel junto ao Conselho de Segurança da ONU, os EUA usam seu poder de veto e protegem Israel. É contra essa ofensiva que países como Irã, Síria, Palestina e RPDC lutam. E nós defenderemos sempre a soberania destas e de qualquer nação", finalizou.

Ouça a entrevista na íntegra: